creatinina é uma substância produzida naturalmente pelo corpo, mais especificamente pelos músculos, durante o processo de geração de energia para a contração muscular. Quando os músculos realizam suas funções, geram resíduos metabólicos — entre eles, a creatinina. Esta substância é transportada pelo sangue até os rins, onde é filtrada e eliminada pela urina.
Por ser um marcador importante da função renal, a creatinina se torna essencial na avaliação da saúde dos rins. Quando os rins não funcionam corretamente, eles não conseguem eliminar essa substância de maneira eficaz, o que leva ao acúmulo de creatinina no sangue. Esse aumento pode sinalizar desde infecções leves até quadros de insuficiência renal grave.
Por que o exame de creatinina é tão importante?
O exame de creatinina no sangue é uma ferramenta indispensável para médicos clínicos gerais e urologistas. Ele serve tanto para exames de rotina quanto para investigação de sinais clínicos que indiquem possíveis alterações nos rins. Entre os sintomas mais comuns que justificam a solicitação desse exame estão:
Cansaço sem motivo aparente
Aumento do volume urinário
Inchaço corporal, especialmente nos membros inferiores
Dor persistente na região lombar
Diminuição da frequência urinária
Além disso, o médico pode solicitar um exame complementar chamado urina de 24 horas, que mede a quantidade de creatinina eliminada ao longo de um dia inteiro. Essa avaliação fornece uma visão mais ampla do funcionamento renal.
Quando o exame de creatinina é indicado?
O exame de creatinina é frequentemente solicitado para avaliar a eficiência dos rins em filtrar o sangue. Quando há suspeita de lesões renais, problemas crônicos ou qualquer disfunção relacionada ao sistema urinário, esse exame se torna essencial. Ele pode ser recomendado nos seguintes casos:
Diagnóstico e acompanhamento de doenças renais crônicas
Monitoramento da função renal em pacientes diabéticos ou hipertensos
Avaliação prévia ao uso de medicamentos que podem prejudicar os rins
Antes de cirurgias que demandem função renal preservada
Como parte de check-ups de rotina, principalmente após os 40 anos
Em situações específicas, o médico também pode indicar a dosagem de creatinina na urina. Isso ocorre, geralmente, quando há indícios de perda de função renal não identificados apenas pelo exame de sangue.
Valores normais de creatinina no sangue
Os valores de referência da creatinina variam conforme a idade, o sexo e a massa muscular do indivíduo. Confira os intervalos considerados normais:
Recém-nascidos: 0,60 a 1,30 mg/dL
Bebês entre 1 e 6 meses: 0,40 a 0,60 mg/dL
Crianças e adolescentes (1 a 18 anos): 0,40 a 0,90 mg/dL
Mulheres adultas: 0,60 a 1,2 mg/dL
Homens adultos: 0,70 a 1,3 mg/dL
É comum que homens apresentem níveis mais elevados devido à maior quantidade de massa muscular. Vale lembrar que os valores podem variar conforme o método usado pelo laboratório. Por isso, o ideal é que o exame seja interpretado por um profissional de saúde qualificado.
O que pode causar creatinina alta?
Níveis elevados de creatinina no sangue costumam indicar que os rins não estão conseguindo eliminar essa substância de forma adequada. Isso pode ocorrer por diversos motivos, tais como:
1. Doenças renais
Problemas como insuficiência renal crônica, pielonefrite (infecção nos rins) e glomerulonefrite estão entre as principais causas de creatinina alta. Essas doenças comprometem os glomérulos renais, reduzindo a capacidade de filtragem do sangue.
2. Hipertensão e diabetes descompensada
A hipertensão arterial e o diabetes mal controlado são causas comuns de lesão nos vasos sanguíneos renais, o que afeta diretamente a filtração da creatinina. Esses quadros exigem acompanhamento constante para evitar a progressão da doença renal.
3. Uso de medicamentos nefrotóxicos
Alguns medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), antibióticos aminoglicosídeos e contrastes iodados usados em exames de imagem, podem prejudicar os rins e elevar os níveis de creatinina.
4. Dieta rica em proteínas
Excesso de proteína na alimentação aumenta a produção de creatinina, o que pode elevar seus níveis no sangue. Em geral, isso não indica doença renal, mas pode confundir a avaliação clínica.
5. Exercícios físicos intensos
Atletas e fisiculturistas tendem a apresentar creatinina mais alta devido ao desgaste muscular intenso, o que também aumenta a produção dessa substância.
O que pode causar creatinina baixa?
Embora menos comum, a creatinina baixa também merece atenção. Seus principais fatores incluem:
1. Gravidez
Durante a gravidez, o aumento da filtração renal pode levar à diminuição dos níveis de creatinina. Isso é fisiológico e geralmente não representa risco.
2. Doenças hepáticas
O fígado participa da produção da creatina, precursora da creatinina. Em quadros de insuficiência hepática, a produção dessa substância pode ser reduzida.
3. Distrofias musculares
Pacientes com doenças que afetam a massa muscular, como distrofia muscular, podem apresentar creatinina baixa, acompanhada de sintomas como fraqueza, dores musculares e dificuldade de locomoção.
Clearance de creatinina: avaliação mais detalhada da função renal
O clearance de creatinina é um exame mais completo que avalia o volume de creatinina eliminado pela urina em relação ao que permanece no sangue. Esse cálculo permite estimar a taxa de filtração glomerular (TFG), indicador-chave para o diagnóstico de insuficiência renal.
Para realizar o exame, é necessário coletar a urina por 24 horas e realizar, simultaneamente, a dosagem de creatinina no sangue. Quanto menor a taxa de filtração glomerular, maior a gravidade da disfunção renal.
Sintomas de alterações na creatinina
Quando há problemas renais associados à creatinina alterada, alguns sintomas podem surgir:
Urina com cor ou cheiro alterado
Inchaço em pernas, tornozelos e face
Pressão alta persistente
Náuseas e vômitos sem causa aparente
Fadiga constante
Dificuldade para urinar ou dor ao urinar
Ao notar esses sinais, procure atendimento médico imediato.
Como controlar os níveis de creatinina?
Para manter a creatinina em níveis normais, algumas ações são essenciais:
Hidratação adequada: Beber água em quantidade ideal ajuda a manter o bom funcionamento dos rins.
Alimentação equilibrada: Dietas ricas em frutas, vegetais e com controle de proteínas auxiliam na saúde renal.
Atividade física moderada: Evitar excessos previne o aumento da produção de creatinina.
Evitar automedicação: Sempre consulte um médico antes de usar qualquer remédio.
Controle de doenças crônicas: Manter diabetes e hipertensão sob controle é vital para proteger os rins.
Conclusão
A creatinina é um dos principais indicadores da saúde dos rins. Manter seus níveis dentro dos valores de referência evita complicações graves e permite o diagnóstico precoce de disfunções renais. Com acompanhamento médico regular, alimentação balanceada, hidratação correta e controle de doenças como diabetes e hipertensão, é possível preservar a função renal por muito mais tempo.
