Banco Central Avalia Cenário Econômico e Indica Possível Novo Aumento da Taxa de Juros

O Banco Central (BC) divulgou nesta terça-feira (25) sua avaliação sobre a atividade econômica e o mercado de trabalho, apontando que, apesar do dinamismo apresentado, há indícios de uma leve desaceleração do crescimento. Segundo a instituição, essa moderação é necessária para reduzir as pressões inflacionárias.

A análise consta na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada na semana passada, quando a taxa básica de juros (Selic) foi elevada de 13,25% para 14,25% ao ano, atingindo o mesmo patamar registrado entre 2015 e 2016, durante a crise do governo Dilma Rousseff.

Perspectivas para os Próximos Meses

No documento, o Copom indicou que um novo aumento da taxa de juros poderá ocorrer na próxima reunião, prevista para o início de maio, embora de forma mais branda. Nas últimas decisões, os aumentos foram de um ponto percentual.

“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”, destacou o BC.

Além disso, o Banco Central reiterou que o tamanho total do ciclo de alta da Selic dependerá da evolução dos indicadores econômicos, incluindo a inflação, expectativas do mercado e o balanço de riscos.

Impacto da Taxa Selic na Inflação

A alta dos juros é uma ferramenta do BC para conter a inflação, que, em fevereiro, registrou avanço de 1,31%, o maior índice para o mês desde 2003. No acumulado de 12 meses, a inflação chegou a 5,06%, o maior nível desde setembro de 2023.

A definição da taxa de juros é baseada no sistema de metas de inflação. Desde o início de 2025, a meta contínua foi estabelecida em 3%, com um intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%. O BC ajusta a Selic considerando as projeções futuras, pois as mudanças na taxa levam de seis a 18 meses para impactar plenamente a economia.

Atualmente, o Banco Central já projeta a inflação considerando o segundo semestre de 2026. As previsões do mercado para os próximos anos indicam inflação de 5,65% para 2025 (acima da meta), 4,50% para 2026, 4% para 2027 e 3,78% para 2028.

Fatores Externos e Internos

O BC ressaltou que o ambiente econômico global segue desafiador, especialmente devido à política econômica dos Estados Unidos e às incertezas sobre tarifas comerciais implementadas pelo governo de Donald Trump. “Esse contexto tem gerado ainda mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed e o crescimento em outros países”, afirmou o documento.

A instituição também destacou que a inflação futura continua sendo um desafio, pois as expectativas de inflação voltaram a subir em diferentes prazos, tornando o cenário mais adverso. Além disso, os preços dos alimentos seguem elevados e podem gerar impacto sobre outros produtos ao longo dos próximos meses.

Outro ponto de atenção é o impacto das contas públicas sobre a economia. O BC reforçou que a percepção do mercado sobre o equilíbrio fiscal e a sustentabilidade da dívida pública afeta diretamente os preços de ativos, como dólar, bolsa de valores e juros futuros.

Por fim, o Comitê destacou que o enfraquecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal pode aumentar a taxa de juros neutra da economia, dificultando a redução da inflação e impactando o crescimento econômico de longo prazo.

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