O mercado financeiro observa o dólar em trajetória de queda, impactado por uma combinação de fatores internos e externos. A divisa americana se aproxima do seu quinto dia consecutivo de desvalorização, acumulando um recuo de 0,61% na semana, 1,86% no mês e expressivos 13,89% no ano.
Na quarta-feira, decisões cruciais sobre as taxas de juros serão tomadas tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. O Federal Reserve (Fed) americano avaliará a manutenção ou redução das taxas, atualmente entre 4,25% e 4,50%, com a expectativa de um corte de 0,25 ponto percentual. Simultaneamente, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central brasileiro se reunirá para definir o futuro da Selic, que se projeta permanecer em 15%. A manutenção da Selic nesse patamar pode tornar o Brasil mais atraente para investidores, exercendo pressão sobre o dólar.
Entretanto, a queda do dólar não se restringe à política monetária. A moeda americana tem perdido valor em relação a outras divisas globais, registrando uma queda de 10,94% em comparação com moedas mais fortes ao longo do ano.
Brasil e Estados Unidos exibem sinais de desaceleração econômica, embora por razões distintas. No Brasil, a inflação, medida pelo IPCA em 5,13%, impacta o consumo das famílias e o fluxo de vendas, além de estar acima da meta de 3% estabelecida pelo Banco Central. Dados recentes do IBGE indicam um recuo de 0,3% nas vendas varejistas em julho, enquanto a produção industrial diminuiu 0,2%. Em contrapartida, o mercado de trabalho demonstra resiliência, com a taxa de desemprego atingindo 5,6% no trimestre encerrado em julho, o menor patamar da série histórica do IBGE.
Nos Estados Unidos, a inflação tem aumentado, impulsionada pela política tarifária. O país enfrenta um crescimento mais lento, levantando preocupações sobre estagflação. A inflação está atualmente em 2,9%, a maior taxa desde janeiro. Adicionalmente, os pedidos de seguro-desemprego aumentaram, atingindo 263 mil na semana encerrada em 6 de setembro.
Fonte: forbes.com.br