A maior biofábrica do mundo focada na produção de mosquitos com a bactéria Wolbachia, uma estratégia inovadora no combate à dengue, foi inaugurada com o objetivo de proteger cerca de 140 milhões de brasileiros nos próximos anos.
Localizada em Curitiba, a Wolbito do Brasil, com apoio exclusivo do Ministério da Saúde, tem capacidade de produzir impressionantes 100 milhões de ovos de mosquito semanalmente. A iniciativa é resultado de uma colaboração entre o Programa Mundial de Mosquitos, a Fundação Oswaldo Cruz e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná.
Luciano Moreira, executivo-chefe da empresa, estima que a Wolbito do Brasil poderá proteger aproximadamente 7 milhões de pessoas a cada seis meses.
A dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, afeta centenas de milhões de pessoas anualmente em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em casos graves, a doença pode ser fatal. Dados da OMS revelam que o Brasil registrou seu pior ano em 2024, com 6.297 mortes por dengue.
A Wolbachia impede a transmissão da dengue e de outras doenças como Zika e Chikungunya pelos mosquitos. O processo consiste na liberação de mosquitos criados em laboratório e infectados com a bactéria Wolbachia para se reproduzirem com as populações locais, transmitindo a bactéria que bloqueia a transmissão viral.
Segundo Antonio Brandão, gerente de produção da Wolbito do Brasil, o método é considerado seguro. Ele explica que a Wolbachia só sobrevive dentro das células dos insetos e, portanto, morre com eles. Brandão ressalta que a Wolbachia está presente em mais de 60% dos insetos na natureza, sem interações negativas com humanos ao longo de séculos.
A distribuição dos mosquitos infectados será realizada por veículos que percorrerão áreas de maior incidência da dengue, liberando os insetos através de um sistema automatizado. A escolha das áreas de atuação é baseada nos registros de casos da doença, priorizando os bairros com maior incidência, conforme explica Tamila Kleine, coordenadora de operações regionais da Wolbito do Brasil. O método já demonstrou eficácia, protegendo mais de 5 milhões de pessoas em oito cidades brasileiras desde 2014, de acordo com o Ministério da Saúde.
Fonte: forbes.com.br


















