EUA: Criação de Vagas Desacelera e Aumenta Aposta em Queda de Juros

O mercado de trabalho dos Estados Unidos apresentou um enfraquecimento significativo em agosto, com a taxa de desemprego subindo para 4,3%, um aumento em relação aos 4,2% registrados em julho. Este cenário reforça a possibilidade de que o Federal Reserve (Fed) inicie um ciclo de corte de juros já na próxima reunião.

Dados divulgados pelo Departamento do Trabalho revelam que foram criadas apenas 22 mil vagas de emprego fora do setor agrícola no último mês, um número consideravelmente inferior aos 79 mil postos criados em julho. Economistas consultados esperavam a criação de 75 mil novos empregos.

A criação de vagas tem ficado abaixo de 100 mil nos últimos quatro meses. Uma revisão dos números de junho, inclusive, aponta para uma destruição líquida de vagas, contrariando o leve aumento divulgado inicialmente.

Segundo a economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta, a dinâmica de criação de vagas sinaliza uma desaceleração consistente e prolongada tanto no mercado de trabalho quanto na atividade econômica. O Fed tem como meta uma taxa de desemprego de 4,0%.

Após a divulgação dos dados, as projeções do mercado apontam para uma probabilidade de 88% de um corte de 0,25 ponto percentual na reunião do Fed, marcada para 17 de agosto.

Este cenário de desaceleração econômica, embora a inflação ainda se mantenha acima da meta estabelecida pelo Banco Central americano, tem sido influenciado por fatores como as tarifas de importação e a repressão à imigração. Analistas apontam que as políticas de restrição à imigração têm reduzido a disponibilidade de mão de obra, exercendo pressão sobre as contratações.

Jerome Powell, presidente do Fed, já sinalizou a possibilidade de um corte na taxa de juros, reconhecendo os riscos crescentes para o mercado de trabalho.

O resultado de agosto gerou insatisfação no então presidente Donald Trump, que demitiu a comissária do Escritório de Estatísticas do Trabalho, Erika McEntarfer, acusando-a, sem apresentar provas, de falsificar os dados de emprego. Economistas, no entanto, defenderam o trabalho de McEntarfer e a metodologia utilizada para estimar a criação ou perda de empregos.

Fonte: forbes.com.br

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