As vendas no varejo brasileiro apresentaram uma retração de 0,3% em julho, em comparação com o mês anterior, já considerando o ajuste sazonal. Divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado marca o quarto mês consecutivo de desempenho negativo para o setor. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, a queda foi de 1%.
O resultado de julho era esperado pelo mercado, com projeções de economistas indicando uma retração de 0,3% frente a junho. Os números atuais reforçam a percepção de um arrefecimento gradual da atividade econômica no início do terceiro trimestre, em um cenário de taxas de juros elevadas, fixadas em 15%.
Das oito atividades do comércio varejista analisadas pelo IBGE, metade registrou diminuição nas vendas. Os maiores recuos foram observados em equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, com uma queda de 3,1%, e em tecidos, vestuário e calçados, que registraram uma retração de 2,9%. Em contrapartida, os setores de móveis e eletrodomésticos e livros, jornais, revistas e papelaria apresentaram os maiores crescimentos, com altas de 1,5% e 1%, respectivamente.
O chamado comércio varejista ampliado, que inclui os segmentos de veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, apresentou um aumento de 1,3% nas vendas em julho em relação a junho, mas uma queda de 2,5% na comparação com o ano anterior.
Um especialista do IBGE destacou a perda de força do varejo no curto prazo, com um declínio acumulado de 1,1% no patamar de vendas desde março. Segundo ele, o crédito para pessoas físicas começa a diminuir devido aos juros mais altos, o que impacta o comércio. No entanto, a queda é atenuada pelos indicadores positivos do mercado de trabalho.
O Banco Central se reunirá em breve para discutir as taxas de juros, após interromper o ciclo de alta no final de julho, indicando a intenção de manter a Selic no patamar atual por um período prolongado.
Fonte: forbes.com.br