A guerra comercial EUA China atingiu novos patamares de tensão em 2025, marcando uma das disputas econômicas mais intensas da história moderna. O conflito tarifário iniciado durante o primeiro mandato de Donald Trump evoluiu para uma batalha econômica complexa que transcende fronteiras e impacta a economia global de maneira profunda e duradoura.
A China foi excluída do alívio tarifário concedido a outros países, tendo suas tarifas aumentadas drasticamente para 145%, representando uma escalada sem precedentes na guerra comercial EUA China. Esta medida simboliza o endurecimento das relações bilaterais e a determinação americana de pressionar economicamente seu principal rival geopolítico.
Índice
ToggleEscalada das tensões: cronologia da guerra comercial EUA China
A trajetória da guerra comercial EUA China em 2025 revela uma progressão calculada de medidas protecionistas. O governo Trump aumentou as tarifas sobre a China em 10% em fevereiro de 2025, seguido por outros 10% em março, demonstrando uma estratégia de pressão gradual mas consistente.
A China elevou suas tarifas sobre importações americanas para 125%, um dia após o governo Trump impor uma tarifa mínima de 145% sobre produtos chineses, evidenciando a natureza retaliativa e escalatória da guerra comercial EUA China. Esta dinâmica de ação-reação caracteriza o conflito como um jogo de soma zero onde ambas as economias sofrem consequências.
Em fevereiro, os Estados Unidos anunciaram uma taxa de 10% sobre uma tarifa de 10% que já existia, chegando a 20%. Em abril, Trump elevou a cobrança para 54%, e em resposta, Pequim também impôs tarifas de 34% sobre os EUA, ilustrando a complexidade crescente da guerra comercial EUA China.
Retaliações estratégicas e impactos setoriais
A resposta chinesa à guerra comercial EUA China demonstra sofisticação estratégica. A China anunciou taxas de 15% para carvão e Gás Natural Liquefeito (GNL) e 10% para petróleo bruto, equipamentos agrícolas e alguns automóveis importados dos Estados Unidos, direcionando suas retaliações para setores-chave da economia americana.
Esta abordagem seletiva na guerra comercial EUA China visa maximizar o impacto político interno nos Estados Unidos, afetando especialmente estados agrícolas e industriais que constituem bases eleitorais importantes. A estratégia chinesa busca criar pressão política doméstica americana através de danos econômicos específicos.
Paradoxos econômicos: resultados inesperados

Apesar da intensidade da guerra comercial EUA China, os resultados econômicos apresentam paradoxos interessantes. As exportações globais chinesas nos primeiros cinco meses do ano aumentaram 7,2%, somando 10,67 trilhões de yuans, em comparação ao mesmo período de 2024, sugerindo que a China encontrou alternativas para compensar as perdas no mercado americano.
Entre janeiro e março de 2025, o Brasil exportou US$ 9,7 bilhões para os EUA e importou US$ 10,3 bilhões, representando um crescimento de 6,6% em relação ao mesmo período de 2024, indicando que países terceiros podem se beneficiar da guerra comercial EUA China através de desvios de comércio.
Impactos na economia global e brasileira
A guerra comercial EUA China gera efeitos cascata na economia mundial. A economia dos EUA deve sentir uma queda de 0,37% em decorrência das tarifas, enquanto a China e o Brasil devem passar por uma perda de 0,16% cada um, demonstrando que os próprios iniciadores do conflito sofrem mais danos que terceiros países.
O impacto global da guerra tarifária representa uma queda de 0,25% no PIB mundial, equivalente a uma perda de US$ 205 bilhões, evidenciando como a guerra comercial EUA China afeta negativamente o crescimento econômico global.
Para o Brasil, a guerra comercial EUA China representa tanto oportunidades quanto desafios. Espera-se aumento global da inflação e riscos de recessão para os EUA, elementos que podem neutralizar os efeitos positivos que o Brasil poderia ter, criando um cenário complexo para a economia brasileira navegar.
Dimensões geopolíticas e tecnológicas
A guerra comercial EUA China transcende questões puramente econômicas, envolvendo disputas por hegemonia tecnológica e influência global. O governo americano anunciou isenções específicas para smartphones, semicondutores e outros produtos eletrônicos, revelando preocupações estratégicas com dependência tecnológica chinesa.
Esta dimensão tecnológica da guerra comercial EUA China reflete a luta pelo controle de indústrias do futuro, incluindo inteligência artificial, semicondutores avançados e tecnologias de comunicação 5G. O conflito representa uma batalha pela supremacia tecnológica do século XXI.
Perspectivas futuras e cenários possíveis
A evolução da guerra comercial EUA China permanece incerta, dependendo de fatores geopolíticos, pressões domésticas e dinâmicas eleitorais. A guerra comercial EUA-China continua sendo uma questão global crítica em 2025, com a escalada das tarifas interrompendo as cadeias de suprimentos e impactando as empresas em todo o mundo.
Comunicação diplomática e canais de diálogo
Apesar da escalada tarifária, mantêm-se canais de comunicação entre as potências. Como declarou o porta-voz da embaixada chinesa, Liu Pengyu: “Desde as negociações econômicas e comerciais entre a China e os EUA em Genebra, ambos os lados têm mantido comunicação sobre suas respectivas preocupações nos campos econômico e comercial em várias ocasiões bilaterais e multilaterais em vários níveis”.
Esta comunicação contínua sugere que, apesar da intensidade da guerra comercial EUA China, ambas as nações reconhecem a importância de manter diálogos para evitar uma completa ruptura das relações econômicas.
Conclusões e implicações estratégicas

A guerra comercial EUA China de 2025 representa um marco histórico nas relações econômicas internacionais, redefinindo padrões de comércio global e forçando países a reconsiderarem suas estratégias de inserção internacional. Os impactos desta disputa se estendem muito além das fronteiras dos dois países protagonistas, influenciando cadeias produtivas globais, fluxos de investimento e dinâmicas geopolíticas regionais.
A perda de clientes pode prejudicar as empresas chinesas e levar à perda de empregos, enquanto empresas norte-americanas que exportam para a China podem sofrer e ser forçadas a demitir funcionários, evidenciando que a guerra comercial EUA China não produz vencedores claros, apenas perdas distribuídas globalmente.
Fonte >> https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/08/11/tarifaco-trump-china.ghtml