Brasília e municípios vizinhos em Goiás, Valparaíso de Goiás e Luziânia, receberam uma nova arma no combate à dengue, zika e chikungunya. A estratégia envolve a soltura de mosquitos portadores da bactéria Wolbachia, marcando a inauguração de uma biofábrica na região administrativa do Guará, a apenas 10 quilômetros da capital federal.
A tecnologia utilizada consiste na inserção da bactéria Wolbachia nos mosquitos Aedes aegypti, o que impede o desenvolvimento dos vírus no organismo do inseto, consequentemente, reduzindo a transmissão das doenças.
De acordo com o secretário de Saúde do Distrito Federal, a produção se concentra em mosquitos com a bactéria, chamados Wolbito. O objetivo é liberar esses mosquitos em grande escala para modificar a população de mosquitos existente. Os Aedes aegypti comuns são capazes de transmitir diversas doenças, incluindo zika e os vários tipos de dengue. No entanto, o Wolbito impede a replicação desses vírus, diminuindo drasticamente a possibilidade de transmissão.
No primeiro semestre de 2025, o país já observou uma redução significativa nos casos de dengue, com uma queda de 75%, e nas mortes pela doença, com uma diminuição de 73%. O ministro da Saúde alertou que, apesar da diminuição nos números, é preciso manter a atenção.
A nova fábrica atenderá dez regiões do Distrito Federal e os dois municípios goianos, beneficiando mais de 750 mil pessoas. A unidade possui uma das maiores operações do método Wolbachia no Brasil, com capacidade para produzir 6 milhões de mosquitos adultos por semana.
A distribuição do material é feita semanalmente em 20 mil recipientes, com a participação de 26 veículos e 52 servidores diariamente.
Dezesseis cidades brasileiras já implementaram a técnica Wolbachia. Niterói, no Rio de Janeiro, registrou uma redução de 88% nos casos de dengue após a implementação da estratégia. A novidade deve ser lançada em outras cidades até o fim do ano.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br