Obter o grau de investimento de agências de risco como Moody’s, Fitch e S&P é crucial para um país, abrindo portas para crédito internacional e investimentos estrangeiros, elementos vitais para o crescimento econômico. Esse selo indica que o país é visto como um ambiente seguro para investimentos, sem riscos de calote.
O Brasil já desfrutou desse status entre 2008 e 2009, mas a crise econômica do governo Dilma Rousseff resultou na perda da confiança dos investidores e no rebaixamento do rating pelas agências.
Apesar de não ter sido completamente abandonado pelo capital estrangeiro, que impulsionou recordes na bolsa em 2025 e o volume de Investimento Estrangeiro Direto (IED), o país ainda busca reconquistar o grau de investimento. O Brasil ocupa a segunda posição mundial em volume de IED, atrás dos Estados Unidos, segundo a OCDE, mas o número é considerado abaixo do ideal.
A atual gestão almeja o retorno ao grau de investimento, porém, a expectativa é que isso não ocorra antes das próximas eleições presidenciais. Uma diretora da Fitch Ratings para as Américas e Ásia expressou ceticismo quanto a essa possibilidade no curto prazo, citando o aumento da dívida pública e a desaceleração econômica como principais obstáculos.
Atualmente, o Brasil está a dois níveis do grau de investimento pelas avaliações da S&P e da Fitch (BB estável) e a um nível pela Moody’s (Ba1 estável). A Fitch reafirmou sua perspectiva estável para o Brasil, destacando a força da economia e a agilidade do Banco Central e do Tesouro, mas também o peso da alta dívida pública.
Comparando com o período em que possuía o grau de investimento, o Brasil apresenta uma perspectiva de crescimento econômico menor (2% projetados para 2025, contra 4% anteriormente) e um cenário pessimista em relação ao déficit fiscal e à proporção dívida/PIB.
O déficit nominal do Brasil, atualmente em 8%, supera a média de 3% de outras nações com rating BB. Além disso, a combinação do aumento da dívida com taxas de juros elevadas (cerca de 15% ao ano) agrava a situação.
Um relatório recente da Moody’s ressaltou a resiliência do Brasil, apesar dos problemas fiscais e da inflação alta. No entanto, os desafios fiscais, com soluções provavelmente adiadas até depois das eleições de 2026, devem continuar a impactar o rating brasileiro em um contexto macroeconômico adverso e instável.
Fonte: forbes.com.br