Aveloz: Para Que Serve, Benefícios, Efeitos e Riscos

O aveloz, também conhecido como Euphorbia tirucalli, é uma planta de aparência exótica e uso ornamental bastante comum em diversas regiões tropicais, especialmente no nordeste do Brasil. Apesar de sua beleza e presença marcante em jardins, essa planta carrega consigo uma história controversa: enquanto algumas culturas populares acreditam no seu potencial terapêutico, a ciência alerta para seus altos riscos de toxicidade.

Descubra para que serve o aveloz, quais são seus supostos benefícios, os perigos reais do seu uso, os efeitos colaterais documentados e as diretrizes sobre como usar (ou não) com segurança. Vamos abordar os mitos e verdades sobre essa planta, com base em pesquisas científicas e informações oficiais da Anvisa.

O que é o Aveloz?

O aveloz é uma planta suculenta da família Euphorbiaceae. Suas hastes cilíndricas e ramificadas lembram pequenos galhos verdes sem folhas aparentes. Seu nome científico é Euphorbia tirucalli, mas ela também é chamada popularmente de:

  • Árvore-de-São-Sebastião

  • Cega-olho

  • Coral-verde

  • Almeidinha

Além de servir como planta ornamental, o aveloz é comercializado em algumas regiões como látex líquido ou cápsulas, geralmente com apelo medicinal. No entanto, vale destacar: o uso medicinal do aveloz é proibido pela Anvisa no Brasil, exatamente por conta de sua elevada toxicidade.

Para Que Serve o Aveloz?

Embora o uso medicinal do aveloz não seja autorizado por órgãos reguladores, ele é frequentemente apontado na medicina popular como um tratamento alternativo para diversas condições. De forma empírica, populações tradicionais têm utilizado o aveloz no tratamento de:

  • Verrugas

  • Calos

  • Cistos cutâneos

  • Artrite e reumatismo

  • Entorses e inflamações nas articulações

  • Candidíase (infecção fúngica)

  • Infecções bacterianas, como Staphylococcus aureus e E. coli

  • Prisão de ventre

  • Tosse e inflamação de garganta

  • Câncer de pele, cólon e reto

Entretanto, reforçamos: não há comprovação científica suficiente para sustentar o uso seguro ou eficaz do aveloz nessas condições.

Propriedades Medicinais Estudadas

O látex do aveloz contém substâncias com potenciais efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e cicatrizantes. Pesquisadores também identificaram propriedades:

  • Antifúngicas: combate a fungos patogênicos

  • Antibacterianas: age contra bactérias infecciosas

  • Anticancerígenas: estudos in vitro sugerem possível ação contra células tumorais

No entanto, esses efeitos ainda estão em fase inicial de estudo, sendo realizados majoritariamente em laboratório ou em modelos animais. Portanto, os resultados não podem ser aplicados diretamente ao consumo humano, principalmente sem controle de dosagem ou orientação médica.

Por que o Uso Medicinal do Aveloz é Proibido?

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu a comercialização e o uso do aveloz com fins medicinais no Brasil, de acordo com a Resolução RE nº 2.917/2011, justamente por causa dos riscos associados ao seu uso inadequado. O látex da planta é altamente tóxico e pode causar efeitos colaterais graves, inclusive permanentes.

Efeitos Colaterais do Aveloz

Entre os efeitos adversos mais comuns e perigosos do aveloz, destacam-se:

1. Reações na pele

O contato com o látex pode causar:

  • Coceira intensa

  • Ardência

  • Inchaço

  • Bolhas

  • Queimaduras

  • Necrose (morte de tecido)

2. Danos oculares

Se o látex entrar em contato com os olhos, pode ocorrer:

  • Irritação grave

  • Lesão na córnea

  • Cegueira temporária ou até permanente

Por isso, uma das alcunhas populares da planta é “cega-olho”.

3. Problemas gastrointestinais

A ingestão acidental ou intencional do látex pode causar:

  • Náuseas e vômitos

  • Diarreia severa

  • Úlceras estomacais

  • Inflamações internas

Essas reações são especialmente perigosas em crianças, idosos e pessoas com doenças pré-existentes.

Como a Medicina Popular Utiliza o Aveloz

Mesmo com a proibição, o uso popular persiste em algumas comunidades. As formas mais comuns incluem:

  • Via oral: diluir 1 gota do látex em 200 ml de água, ingerindo lentamente ao longo do dia.

  • Via tópica: mistura de 1 gota de látex com uma colher de sopa de óleo de coco ou vaselina, aplicada sobre a pele como uma pomada.

Atenção: essas práticas são altamente perigosas. Mesmo diluído, o látex pode provocar reações adversas severas.

Riscos do Uso Caseiro do Aveloz

A ideia de usar plantas medicinais no tratamento de doenças pode parecer natural e segura, mas isso nem sempre se aplica. O aveloz é um exemplo claro de como o uso inadequado de plantas pode colocar a saúde em risco.

Seja por via oral ou tópica, o uso caseiro do aveloz representa um risco real à saúde, podendo causar efeitos tóxicos graves. Além disso, o uso de substâncias naturais sem o devido controle pode interferir negativamente em tratamentos médicos convencionais.

Quem Não Deve Usar o Aveloz

De forma clara e objetiva: ninguém deve utilizar o aveloz sem supervisão profissional.

Especialmente, o uso está terminantemente contraindicado para:

  • Gestantes e lactantes

  • Crianças e adolescentes

  • Idosos

  • Pessoas com doenças gástricas ou intestinais

  • Portadores de doenças crônicas

  • Pacientes oncológicos em tratamento

Em todos os casos, o consumo deve ser evitado devido à toxicidade comprovada da planta.

O Que Dizem os Estudos Científicos

Vários estudos investigam os compostos ativos da Euphorbia tirucalli, principalmente seus efeitos farmacológicos e tóxicos. Alguns resultados sugerem que ela pode ter potencial em pesquisas futuras para o desenvolvimento de medicamentos. Contudo, todos os estudos recomendam cautela, pois os riscos tóxicos superam qualquer benefício observado até o momento.

Segundo o estudo de Heya et al. (2022), o extrato da planta apresentou atividade antifúngica e antibacteriana significativa. No entanto, os autores enfatizam que ainda não há comprovação da segurança em humanos.

Já a revisão de Cardial et al. (2023) reforça a necessidade de estudos mais robustos para validar qualquer uso terapêutico. O mesmo alerta foi feito por Penteado et al. (2023), que estudaram o uso do aveloz no combate ao câncer.

Alternativas Seguras ao Aveloz

Se você busca tratamentos naturais para problemas de pele, dores articulares ou até para reforço imunológico, considere alternativas comprovadamente seguras, como:

  • Aloe vera (babosa): para queimaduras, cicatrização e hidratação

  • Cúrcuma (açafrão-da-terra): com potente ação anti-inflamatória

  • Gengibre: eficaz contra náuseas, inflamações e dores articulares

  • Própolis: ação antifúngica e bactericida

Essas opções contam com estudos clínicos mais sólidos e não apresentam os riscos que o aveloz oferece.

Conclusão: O Aveloz Vale o Risco?

O aveloz continua sendo uma planta cercada de polêmicas. Apesar de seus possíveis benefícios fitoterápicos, ainda não existem evidências científicas suficientes que comprovem sua eficácia segura em humanos.

Mais do que isso, os riscos associados ao seu uso são sérios e bem documentados, indo desde queimaduras até cegueira. Por essa razão, a Anvisa proíbe o uso medicinal do aveloz no Brasil, tanto em forma de cápsulas quanto em preparações caseiras.

Se você deseja utilizar tratamentos naturais para fortalecer a saúde ou complementar um tratamento, busque sempre orientação médica. Lembre-se: nem tudo que é natural é seguro.

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