A polícia foi acionada, colheu o depoimento da mulher e a encaminhou para um hospital para a realização de exames periciais, um procedimento padrão em casos de denúncia de violência sexual.
Índice
Toggle2 de janeiro de 2023 – Início da Investigação
A denunciante reafirmou à polícia seu depoimento inicial, alegando que entrou voluntariamente no banheiro, mas se arrependeu, e que Daniel Alves impediu sua saída. Segundo o relato, o jogador tentou forçá-la a praticar sexo oral, agrediu-a e a penetrou de forma violenta.
A investigação avançou com a coleta de testemunhos, análise das imagens das câmeras de segurança e exames laboratoriais, que incluíram a busca por amostras biológicas. Com as evidências em mãos, as autoridades se prepararam para efetuar a prisão do jogador, que estava retornando do México.
20 de janeiro de 2023 – Prisão e Contradições
Daniel Alves foi preso ao desembarcar em Barcelona. Durante o interrogatório, ele apresentou três versões diferentes dos fatos. Inicialmente, afirmou não conhecer a jovem. Posteriormente, admitiu que estiveram juntos no banheiro, mas que nada ocorreu. Por fim, declarou que houve uma tentativa de sexo oral por parte dela.
A juíza destacou as contradições do jogador e a consistência do relato da vítima. Com base nos “indícios muito mais do que suficientes” e no risco de fuga, determinou a manutenção da prisão sem possibilidade de fiança.
No mesmo dia, o clube mexicano Pumas rescindiu o contrato de Daniel Alves.
17 de abril de 2023 – Confirmação da Penetração
Em novo depoimento solicitado pela defesa, Daniel Alves mudou sua versão e, pela primeira vez, admitiu que houve penetração. A confissão ocorreu após a polícia encontrar amostras de sêmen dele dentro da vítima. O jogador, no entanto, alegou que o ato foi consensual e que havia mentido anteriormente para evitar problemas com sua esposa, a modelo Joana Sanz.
21 de junho de 2023 – Entrevista e Repercussão
Daniel Alves concedeu entrevista ao jornal espanhol La Vanguardia, afirmando ter a “consciência tranquila”. Ele não pediu desculpas à vítima, mas declarou que a perdoava por “distorcer os fatos”.
31 de julho de 2023 – Indiciamento e Ação Judicial
A juíza Anna Marín concluiu a investigação e determinou o indiciamento de Daniel Alves, ao considerar que havia provas suficientes para um julgamento. Fixou uma fiança de 150 mil euros (cerca de R$ 900 mil à época) para cobrir uma possível indenização à vítima, sob pena de penhora de bens em caso de não pagamento.
23 de novembro de 2023 – Pedido de Nove Anos de Prisão
O Ministério Público espanhol solicitou a condenação de Daniel Alves a nove anos de prisão por crime de agressão sexual com penetração, crime equivalente ao estupro no Brasil. A promotoria também requereu o pagamento de 150 mil euros à vítima como indenização pelos danos físicos, psicológicos e morais.
A defesa da denunciante aumentou o pedido de pena para 12 anos de reclusão.
3 de janeiro de 2024 – Vídeo Polêmico
Um vídeo contendo imagens da vítima vazou nas redes sociais, sendo compartilhado por pessoas próximas a Daniel Alves, incluindo sua mãe. O conteúdo tentava desacreditar a versão da jovem e expôs seu nome completo, até então protegido pela Justiça.
A advogada da vítima, Ester García, denunciou o episódio, e um tribunal de Barcelona abriu uma investigação sobre o vazamento.
5 a 7 de fevereiro de 2024 – Julgamento
O julgamento ocorreu ao longo de três dias. A promotoria e a defesa da vítima pediram que a sessão fosse realizada a portas fechadas, mas o tribunal negou o pedido, permitindo apenas que o depoimento da denunciante fosse protegido.
Durante as audiências, a promotora Elisabeth Jiménez destacou a “credibilidade absoluta” da vítima em contraposição às múltiplas versões contraditórias apresentadas por Daniel Alves.
22 de fevereiro de 2024 – Sentença
Daniel Alves foi condenado a 4 anos e 6 meses de prisão e ao pagamento da indenização de 150 mil euros por agressão sexual. Os juídos da 21ª Seção concluíram que a penetração ocorreu sem consentimento da vítima, reforçando a decisão com base nas provas e nos depoimentos.
28 de março de 2025 – Absolvição e Repercussão
A divisão de apelações do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha anulou por unanimidade a sentença de condenação, alegando “falta de confiabilidade no depoimento da denunciante” e “insuficiência de provas”.
A decisão gerou forte repercussão na Espanha e no Brasil, provocando protestos de grupos de defesa dos direitos das mulheres e debates sobre a atuação do Judiciário em casos de violência de gênero.
Ainda cabe recurso por parte da promotoria, que avalia medidas legais para reverter a absolvição.