Sumário
ToggleO governo dos Estados Unidos da América removeu o ministro Alexandre de Moraes, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), e sua cônjuge, Viviane de Moraes, da lista de indivíduos sujeitos a sanções sob a Lei Magnitsky. Esta decisão foi formalizada em uma sexta-feira, dia 12, sem que a Casa Branca apresentasse justificativas detalhadas para o recuo na medida previamente estabelecida. O magistrado havia sido inicialmente incluído nesta lista de sanções no mês de julho, enquanto sua esposa, Viviane de Moraes, teve seu nome adicionado posteriormente, em 22 de setembro do mesmo ano.
Adicionalmente, a Lex Institute, uma entidade que, conforme uma comunicação anterior emitida pelo governo norte-americano, atua como uma holding para o ministro Moraes, sendo a proprietária de sua residência e de outros imóveis residenciais, também foi retirada da mencionada lista de sanções. A inclusão original destas partes estava vinculada a alegações de envolvimento em atividades que violariam os princípios da Lei Magnitsky, um instrumento jurídico dos Estados Unidos concebido para combater a corrupção e graves violações de direitos humanos em nível global.
Antecedentes das Sanções Iniciais e Críticas do Governo Americano
As sanções impostas anteriormente a Alexandre de Moraes e entidades a ele ligadas surgiram em um contexto de críticas proferidas pelo governo do então presidente Donald Trump. Nos meses que antecederam a decisão inicial, diversas manifestações de desaprovação foram dirigidas ao ministro, com acusações de que ele teria autorizado “prisões preventivas arbitrárias” no Brasil e promovido a supressão da liberdade de expressão no país. Essas objeções representavam uma parte significativa da base para a inclusão na lista de sanções, evidenciando uma tensão diplomática e ideológica entre os governos.
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, em um comunicado que detalhava as razões para as sanções prévias, também fez referência à condenação de Jair Bolsonaro, então ex-presidente do Brasil, por seu envolvimento em uma alegada tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Nesse documento, a decisão do ministro Moraes na condução do caso e a subsequente condenação foram destacadas, sendo interpretadas como uma “demonstração de sua crescente disposição em participar de perseguição política”. Esta declaração reforçava a percepção, por parte do governo americano da época, de que as ações de Moraes transcendiam as esferas judiciais e adentravam o campo da política partidária.
A Lei Magnitsky: Mecanismo de Sanções Globais
A Lei Magnitsky é um pilar da legislação dos Estados Unidos, concedendo ao país a prerrogativa de aplicar sanções econômicas a indivíduos que sejam acusados de corrupção ou de cometer violações severas dos direitos humanos em qualquer parte do mundo. Aprovada em 2012, durante a gestão do presidente Barack Obama, esta lei estabelece uma série de penalidades com o objetivo de isolar financeiramente e restringir a mobilidade dos envolvidos. Entre as sanções previstas, destacam-se o bloqueio de contas bancárias mantidas em instituições financeiras americanas, o congelamento de bens situados em solo norte-americano e a imposição de uma proibição de entrada no país para os indivíduos listados.
A origem da legislação remonta à trágica história de Sergei Magnitsky, um advogado russo que se tornou símbolo da luta contra a corrupção. Magnitsky denunciou um vasto esquema de corrupção que envolvia altas autoridades de seu próprio país e, em retaliação, foi detido e morreu em uma prisão na cidade de Moscou, em 2009. Inicialmente, a Lei Magnitsky foi concebida com um escopo mais restrito, focando primordialmente na punição dos responsáveis diretos pela morte de Sergei Magnitsky e pelos atos de corrupção que ele expôs. No entanto, sua abrangência foi significativamente ampliada.
Em 2016, uma emenda crucial foi incorporada à Lei Magnitsky, transformando-a em uma ferramenta de alcance global. A partir dessa modificação, a lei passou a permitir que qualquer pessoa, independentemente de sua nacionalidade ou da localização de seus atos, que fosse comprovadamente envolvida em casos de corrupção sistêmica ou em abusos flagrantes contra os direitos humanos, pudesse ser incluída na lista de sanções. Esta expansão solidificou o papel da lei como um instrumento de política externa dos Estados Unidos para a promoção da boa governança e da proteção dos direitos fundamentais internacionalmente.
O Papel da Lex Institute nas Sanções Anteriores
A Lex Institute, conforme indicado nas comunicações governamentais dos Estados Unidos, foi previamente incluída na lista de sanções devido à sua função como holding para o ministro Alexandre de Moraes. A empresa foi identificada como a proprietária de sua residência, bem como de outros imóveis residenciais. Essa designação sublinhava a intenção do governo americano de atingir não apenas o indivíduo, mas também as estruturas financeiras e de bens que estariam associadas a ele, no contexto das acusações que levaram às sanções originais. A retirada da Lex Institute da lista de sanções complementa a decisão de remover o ministro e sua esposa, indicando uma desmobilização abrangente das restrições anteriormente impostas.
A decisão de retirar o ministro Alexandre de Moraes, Viviane de Moraes e a Lex Institute da lista de sanções da Lei Magnitsky representa um desenvolvimento notável nas relações entre os Estados Unidos e figuras públicas brasileiras. A ausência de uma explicação detalhada por parte da Casa Branca sobre os motivos do recuo adiciona uma camada de complexidade à situação, deixando em aberto as razões que levaram a essa mudança de postura do governo norte-americano em relação às medidas aplicadas anteriormente.
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FAQ
1. Quem foi retirado da lista de sanções da Lei Magnitsky pelo governo dos EUA?
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sua esposa Viviane de Moraes e a Lex Institute foram retirados da lista de sanções da Lei Magnitsky pelo governo dos Estados Unidos.
2. Qual foi a justificativa apresentada pela Casa Branca para a retirada das sanções?
A Casa Branca não forneceu maiores detalhes ou justificativas sobre o motivo para recuar na decisão de sancionar o ministro Alexandre de Moraes e as outras partes.
3. Por quais motivos o ministro Alexandre de Moraes havia sido originalmente sancionado?
O ministro Alexandre de Moraes havia sido sancionado sob alegações do governo de Donald Trump de autorizar “prisões preventivas arbitrárias” e suprimir a liberdade de expressão no Brasil. O Departamento do Tesouro também citou sua decisão na condenação de Jair Bolsonaro por participação em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, caracterizando-a como “perseguição política”.
Fonte: https://acordadf.com.br



















