A bactéria Helicobacter pylori, conhecida popularmente como H. pylori, é um micro-organismo espiralado que se instala na mucosa do estômago e também pode atingir o intestino. Sua presença está relacionada a inflamações, dores abdominais, desconforto gástrico e ao desenvolvimento de doenças mais graves, como gastrite, úlceras e até câncer gástrico.
Embora muitos indivíduos convivam com essa bactéria sem apresentar sintomas, outros experimentam sinais incômodos que afetam a qualidade de vida e, em casos extremos, levam a complicações sérias.
Neste artigo completo, você vai entender:
- O que é a H. pylori;
- Como ela age no organismo;
- Quais são os sintomas mais comuns;
- Métodos de diagnóstico;
- Formas de transmissão;
- Como tratar com medicamentos e alternativas naturais;
- E principalmente, como prevenir essa infecção.
Índice
ToggleO Que é H. pylori e Como Atua no Estômago?
A H. pylori é uma bactéria gram-negativa que possui a capacidade de sobreviver em ambientes extremamente ácidos, como o estômago. Ela consegue essa façanha por meio da produção de uma enzima chamada urease, que neutraliza o ácido gástrico e cria um ambiente favorável à sua sobrevivência.
Uma vez instalada na mucosa gástrica, a H. pylori provoca inflamações crônicas, chamadas gastrites. Se não tratada, essa inflamação pode evoluir para quadros mais sérios, como úlceras e até câncer gástrico.
Estima-se que cerca de 50% da população mundial esteja infectada por H. pylori, com maior incidência em países em desenvolvimento, onde as condições de saneamento básico são precárias.
Principais Sintomas de H. pylori
Nem sempre a infecção por H. pylori gera sintomas, o que torna o diagnóstico mais difícil. Porém, quando os sinais aparecem, eles costumam incluir:
- Queimação ou dor no estômago, especialmente em jejum;
- Má digestão;
- Sensação de estômago cheio após pequenas refeições;
- Enjoo e vômitos frequentes;
- Arrotos excessivos e gases;
- Inchaço abdominal;
- Fezes escuras ou com sangue;
- Perda de apetite;
- Sensação de fraqueza geral.
Importante: Os sintomas de H. pylori podem ser confundidos com outros distúrbios gastrointestinais, como refluxo ou síndrome do intestino irritável. Por isso, é essencial procurar um gastroenterologista para avaliação adequada.
H. pylori Causa Sintomas na Garganta?
Apesar de a H. pylori não atuar diretamente na garganta, sua presença no estômago pode provocar refluxo ácido, que por sua vez irrita a mucosa da garganta. Isso leva a sintomas como:
- Tosse seca persistente;
- Sensação de nó na garganta;
- Irritação constante ao engolir.
Esses sinais podem ser confundidos com alergias respiratórias ou faringites. Por isso, a origem estomacal desses incômodos deve ser considerada no diagnóstico diferencial.
Diagnóstico da Infecção por H. pylori
A confirmação da infecção por H. pylori exige exames laboratoriais ou endoscópicos. O gastroenterologista pode solicitar os seguintes testes:
1. Endoscopia Digestiva Alta com Biópsia
Durante esse procedimento, o médico visualiza diretamente a mucosa do estômago e pode coletar uma amostra para análise. Nela, são realizados testes como:
- Teste da urease;
- Cultura bacteriana;
- Avaliação histológica do tecido.
2. Teste Respiratório de Ureia
Trata-se de um exame não invasivo e muito eficaz. O paciente ingere uma substância com ureia marcada, e a respiração é analisada para detectar a presença da enzima urease, produzida pela H. pylori.
3. Teste de Antígeno Fecal
Permite identificar traços da bactéria nas fezes.
4. Sorologia
Detecta anticorpos contra H. pylori no sangue, embora não indique se a infecção é ativa ou passada.
H. pylori É Grave?
Na maioria dos casos, a infecção por H. pylori não representa um risco imediato. No entanto, se não tratada adequadamente, pode evoluir para:
- Gastrite crônica;
- Úlcera péptica;
- Câncer gástrico (adenocarcinoma);
- Linfoma MALT gástrico (um tipo raro de linfoma não-Hodgkin);
- Anemia ferropriva;
- Púrpura trombocitopênica imune crônica.
Portanto, mesmo na ausência de sintomas, pessoas com histórico familiar de câncer gástrico ou doenças gastrointestinais devem investigar a presença da bactéria.
Como se Pega H. pylori?
A transmissão da H. pylori ocorre, principalmente:
- Pelo contato com saliva contaminada (beijos, compartilhamento de copos ou talheres);
- Por ingestão de água e alimentos contaminados com fezes;
- Em locais com baixa higiene e saneamento precário.
Embora o mecanismo exato de transmissão ainda não esteja completamente esclarecido, a via oral-fecal é a mais aceita.
Prevenção da H. pylori: Cuidados Essenciais
Evitar o contágio pela H. pylori envolve cuidados simples, porém eficazes:
- Lave bem as mãos antes de comer e após usar o banheiro;
- Beba somente água tratada ou filtrada;
- Higienize frutas, verduras e utensílios antes do uso;
- Evite compartilhar talheres, copos ou escovas de dente;
- Cozinhe bem carnes e alimentos crus.
Esses hábitos de higiene devem ser reforçados principalmente em ambientes com alta densidade populacional ou com histórico de infecções gastrointestinais recorrentes.
Tratamento para H. pylori
O tratamento da H. pylori precisa ser prescrito por um gastroenterologista. Ele é indicado em casos com:
- Presença de úlceras;
- Gastrite ativa;
- História familiar de câncer gástrico;
- Diagnóstico de linfoma MALT.
1. Remédios para H. pylori
O protocolo padrão envolve a terapia tripla ou quádrupla, que combina:
- Antibióticos, como: amoxicilina, claritromicina, metronidazol ou tetraciclina;
- Inibidores da bomba de prótons (IBPs), como: omeprazol, pantoprazol, esomeprazol ou lansoprazol;
- Em alguns casos, bismuto também pode ser incluído.
O tratamento dura entre 7 e 14 dias e deve ser seguido rigorosamente. A adesão correta evita falhas terapêuticas e o surgimento de cepas resistentes da bactéria.
2. Remédios Naturais para H. pylori
Apesar de não substituírem o tratamento médico, alguns remédios caseiros auxiliam no alívio dos sintomas e na ação anti-inflamatória. Entre eles:
- Suco de cranberry – possui propriedades antibacterianas;
- Chá verde – ajuda a reduzir a inflamação gástrica;
- Chá de alcaçuz – protege a mucosa estomacal;
- Cúrcuma (açafrão-da-terra) – potente anti-inflamatório natural.
Lembre-se: remédios naturais não curam a H. pylori, mas podem complementar o tratamento com orientação profissional.
3. Dieta Ideal para Quem Tem H. pylori
A dieta para H. pylori deve ser orientada por um nutricionista e deve priorizar:
- Alimentos leves e de fácil digestão;
- Frutas cozidas ou sem casca;
- Verduras cozidas;
- Arroz branco, macarrão branco e carnes magras;
- Fracionamento das refeições (5 a 6 por dia);
- Mastigação lenta e cuidadosa.
Evite:
- Frituras e alimentos gordurosos;
- Produtos industrializados;
- Condimentos picantes;
- Café e bebidas alcoólicas.
H. pylori Tem Cura?
Sim. A infecção por H. pylori tem cura, desde que o tratamento seja conduzido corretamente, com medicamentos adequados e acompanhamento médico. Após o término do tratamento, novos testes podem ser realizados para confirmar a erradicação da bactéria.
Dúvidas Frequentes Sobre H. pylori
1. Quem tem H. pylori pode comer macarrão?
Sim, desde que seja do tipo branco, pobre em fibras e de fácil digestão.
2. H. pylori sai nas fezes?
Sim. Por isso, o exame de fezes é uma forma eficaz de diagnóstico.
3. Como saber se a bactéria H. pylori morreu?
O médico pode solicitar novo teste respiratório ou antígeno fecal após o tratamento.
4. Quem tem H. pylori pode comer cuscuz ou tapioca?
Sim, ambos são permitidos. A tapioca, inclusive, é de fácil digestão e recomendada em períodos sintomáticos.
5. H. pylori causa fraqueza?
Sim, especialmente se houver anemia ferropriva associada.
6. H. pylori é contagioso?
Sim, pode ser transmitido pelo contato com saliva, fezes ou vômito de pessoas infectadas.
Conclusão: Combater H. pylori é Prevenir Complicações Fatais
Detectar e tratar a infecção por H. pylori precocemente é fundamental para prevenir doenças graves, como úlceras e câncer de estômago. A adoção de bons hábitos alimentares, higiene rigorosa e acompanhamento médico adequado são os pilares para manter o sistema digestivo saudável e livre dessa bactéria silenciosa, mas perigosa.
Caso apresente sintomas suspeitos, procure imediatamente um gastroenterologista e inicie a investigação o quanto antes. A prevenção começa pelo conhecimento e atitudes conscientes no dia a dia.