Sumário
ToggleA segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU 2) realizou, em um domingo recente, a aplicação da prova discursiva, etapa fundamental para a seleção de profissionais que ocuparão as 3.652 vagas distribuídas em 32 órgãos públicos federais. O certame, que visa a oxigenar o serviço público brasileiro, mobilizou aproximadamente 42 mil candidatos em 228 municípios por todo o território nacional para esta fase eliminatória e classificatória.
Aplicação Abrangente e Transparência do Processo
A prova discursiva do CPNU 2 foi um marco na jornada dos candidatos, representando a continuidade de um processo seletivo de grande envergadura. A estrutura do concurso foi desenhada para garantir acessibilidade e uniformidade em sua aplicação, alcançando um vasto contingente de interessados em diversas localidades. A abrangência geográfica, que incluiu 228 municípios, demonstra o esforço logístico empreendido para viabilizar a participação de candidatos de diferentes regiões, reforçando o caráter nacional da iniciativa.
A etapa consistiu na resolução de questões discursivas, cujos temas e formatos foram previamente definidos nos editais específicos, buscando avaliar a capacidade de argumentação, síntese e conhecimento técnico dos participantes. Esta modalidade de avaliação é crucial para aferir habilidades que vão além do simples conhecimento memorizado, testando a aptidão dos futuros servidores para lidar com desafios complexos e formular análises aprofundadas, características essenciais para o desempenho de funções na administração pública.
Dados de Comparecimento e Abstenção na Segunda Etapa
O nível de comparecimento registrado na prova discursiva foi de 80% do total de candidatos, o que corresponde a um quantitativo aproximado de 33.600 pessoas. Em contrapartida, a taxa de abstenção alcançou 20%, o que significa que cerca de 8.400 candidatos não compareceram ao exame. É relevante notar que, dentro desse percentual de ausentes, estão incluídos aproximadamente 8.500 candidatos que haviam obtido aprovação na primeira etapa do concurso, realizada em setembro. A comparação com a abstenção da primeira fase, que foi de 42,8%, indica uma melhora significativa no engajamento dos candidatos nas etapas subsequentes do certame.
A Ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, em coletiva de imprensa concedida após a realização da prova em Brasília, expressou satisfação com os resultados logísticos e de participação. Ela destacou que a abstenção verificada, de 20%, estava “dentro do esperado para um concurso que tem duas provas”. A ministra enfatizou que este índice foi “bem menor do que no CPNU 1 e bem abaixo da média dos concursos em geral”, um fato que, segundo sua avaliação, “reforça a consolidação de um modelo de concurso” público unificado.
Variações Regionais nos Níveis de Abstenção
A análise dos dados de abstenção por estado revelou diferenças regionais. Os maiores percentuais de ausência foram identificados no Acre, com 27%; Amazonas, com 26%; Espírito Santo, também com 26%; Rondônia, registrando 26%; e Santa Catarina, que apresentou 26%. Por outro lado, os estados com os menores níveis de abstenção foram o Distrito Federal, com 15%; Piauí, com 17%; e Rio Grande do Sul, também com 17%. Estes números refletem dinâmicas locais e a distribuição dos candidatos, sem, contudo, interferir na avaliação geral da organização do certame.
Visão Estratégica do Governo para o Serviço Público
A realização do CPNU 2 insere-se em um contexto maior de reestruturação e fortalecimento do serviço público federal. O governo federal tem a projeção de convocar um total de 22 mil servidores para a administração pública entre os anos de 2023 e 2026. Este número exclui as convocações para universidades e institutos federais, cujas vagas são renovadas por meio de ações coordenadas pelo Ministério da Educação (MEC).
A Ministra Esther Dweck, em sua fala, reconheceu que o volume de convocações planejado para o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda se encontra aquém do que seria ideal para suprir as necessidades da máquina pública. Este reconhecimento é embasado no fato de que, ao longo da última década, aproximadamente 180 mil servidores deixaram o serviço público, principalmente devido a aposentadorias. Apesar do desafio, a ministra ponderou que as 22 mil vagas a serem preenchidas representam um movimento crucial para o fortalecimento do setor.
A titular do MGI elucidou que, com o retorno do presidente Lula, observou-se uma certa “incapacidade do Estado brasileiro de fazer políticas públicas”. Esta incapacidade era atribuída não apenas à carência de pessoal, mas também à ausência de instrumentos e à falta de vontade política na condução de importantes agendas. Nesse cenário, a criação do Ministério da Gestão e da Inovação teve como objetivo precípuo “recuperar as capacidades do Estado brasileiro”, sinalizando uma retomada estratégica na recomposição e valorização dos quadros de servidores.
Projeções do MGI indicam que, nos próximos dez anos, a União poderá enfrentar a perda de mais 180 mil servidores que alcançarão a idade de aposentadoria. Diante desse panorama, a Ministra Esther Dweck avaliou que o modelo de Concurso Público Nacional Unificado deveria ser idealmente realizado a cada dois anos. Ela mencionou o modelo do Itamaraty como um exemplo a ser seguido, caracterizado pela entrada anual de um número menor de novos servidores. Essa periodicidade, segundo a ministra, é “muito boa para a administração pública ter certa previsibilidade”, garantindo uma entrada contínua de “gente nova” e evitando a descontinuidade nas políticas e serviços públicos.
Política de Equiparação de Gênero nas Convocatórias
Um aspecto notável na composição dos candidatos classificados para a segunda etapa do CPNU 2 foi a predominância feminina. Mulheres representaram 57,1% do total de inscritos que avançaram para esta fase, enquanto homens constituíram 42%. A Ministra Esther Dweck explicou que essa diferença é resultado direto da política de equiparação de gênero adotada pelo MGI entre a primeira e a segunda fase do concurso. Esta política estabelece que, em situações onde há um número desproporcionalmente maior de homens para uma determinada prova, o MGI procede à convocação de um número adicional de mulheres para igualar a quantidade de candidatos de ambos os gêneros.
A ministra ilustrou o impacto dessa medida ao afirmar que, caso a equiparação não tivesse sido implementada, a proporção de candidatos na segunda fase teria sido significativamente diferente, com 50% de homens e 49% de mulheres. A política de equiparação de gênero, portanto, atua como um mecanismo para promover a diversidade e a representatividade nos quadros do serviço público, buscando corrigir desequilíbrios históricos e garantir oportunidades mais equitativas de acesso.
Próximas Etapas e Prazos do CPNU 2
O cronograma do CPNU 2 prevê uma série de etapas subsequentes, com datas específicas para cada procedimento. Entre 8 e 17 de dezembro, será o período para a caracterização de deficiência e a confirmação e verificação das vagas destinadas a pessoas negras, indígenas e quilombolas. Em 8 de janeiro, está prevista a divulgação do resultado preliminar da avaliação de títulos, com prazo para recursos entre 9 e 12 de janeiro. O resultado preliminar das bancas de avaliação de autodeclaração para pessoas negras, indígenas e quilombolas será publicado em 15 de janeiro, e os recursos poderão ser apresentados de 16 a 19 de janeiro, abrangendo também a caracterização de pessoa com deficiência.
A nota preliminar da prova discursiva e a divulgação do espelho de correção estão agendadas para 23 de janeiro, com prazo para recursos da prova discursiva nos dias 26 e 27 de janeiro. A publicação da lista dos aprovados para vagas imediatas e da lista de espera será em 20 de fevereiro, marcando o início do processo de três chamadas. Finalmente, 16 de março é a data final após as três chamadas e o início das convocações para os cursos de formação ou para a posse dos novos servidores públicos.
Para mais informações detalhadas sobre o andamento e as próximas etapas do Concurso Público Nacional Unificado, é fundamental acompanhar as publicações oficiais dos órgãos responsáveis.
Perguntas Frequentes sobre o CPNU 2
O que é o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU 2)?
O CPNU 2 é a segunda edição de um concurso que oferece 3.652 vagas para 32 órgãos públicos federais, realizado em 228 municípios brasileiros, com o objetivo de preencher cargos na administração pública.
Qual foi o nível de abstenção na prova discursiva do CPNU 2?
A abstenção na prova discursiva do CPNU 2 foi de 20%, o que corresponde a aproximadamente 8.400 candidatos, índice considerado pela Ministra Esther Dweck como dentro do esperado e inferior à média geral de concursos.
Qual a frequência ideal para a realização do CPNU, segundo a Ministra Esther Dweck?
A Ministra Esther Dweck avalia que o ideal seria a realização do Concurso Público Nacional Unificado a cada dois anos, visando a garantir previsibilidade, continuidade e a entrada constante de novos servidores na administração pública.
Fonte: https://acordadf.com.br

















