Sumário
ToggleO Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um pronunciamento realizado nesta quinta-feira, dia 11 de dezembro, em Belo Horizonte, Minas Gerais, expressou severas críticas à abordagem de política externa adotada pelo governo dos Estados Unidos. Durante o lançamento da caravana federativa no estado, o chefe de Estado brasileiro direcionou sua fala ao que qualificou como “unilateralismo” da nação norte-americana, equiparando-o à prática da “lei do mais forte” nas relações internacionais.
A manifestação do Presidente Lula surgiu em um contexto de crescentes tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela, um cenário que tem gerado preocupação na América Latina. Ao discorrer sobre o tema, Lula lamentou a conduta que, em sua percepção, busca estabelecer um domínio. “O unilateralismo que o Presidente Donald Trump deseja é que aquele mais forte determine o que os outros vão fazer. É sempre a lei do mais forte”, declarou, enfatizando sua discordância com tal postura que, segundo ele, desequilibra as dinâmicas globais e regionais.
A discussão pública sobre a política externa norte-americana e a situação venezuelana não foi o primeiro contato de Lula com a questão naquele período. No início do mês em questão, o Presidente brasileiro havia mantido uma conversa telefônica com o então Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Este diálogo bilateral, que ocorreu antes do pronunciamento em Belo Horizonte, teve como pauta inicial e principal as negociações referentes à retirada de sobretaxas que o governo norte-americano havia imposto sobre produtos brasileiros. A pauta econômica, portanto, serviu como pano de fundo para outras discussões de relevância.
Durante essa comunicação direta com o líder norte-americano, o Presidente Lula abordou “muito” a temática e manifestou sua contrariedade em relação à crise política e econômica que envolvia a Venezuela. A preocupação de Lula com a estabilidade regional e as implicações de um conflito na América Latina foi um ponto central de sua intervenção, salientando a importância de se buscar soluções que não escalassem as tensões já existentes. A interposição de sua visão durante a conversa telefônica ressaltou a posição do Brasil em questões continentais.
A crítica de Lula, que culminou no discurso em Minas Gerais, reverberou a necessidade de um enfoque diferente nas relações internacionais, pautado pela busca da paz e da cooperação. Em sua fala, o Presidente brasileiro fez um apelo veemente pela manutenção da paz na região. “Eu falei ao Trump que nós não queremos guerra na América Latina. Nós somos uma zona de paz”, frisou, delimitando a aspiração do Brasil e da região em se manterem afastados de conflitos bélicos, optando por um caminho de estabilidade e diálogo.
O Presidente Lula também relatou aspectos da conversa com Trump, mencionando que o líder norte-americano havia discorrido sobre o poder bélico dos Estados Unidos. Contudo, Lula, em resposta a essa menção ao poderio militar, fez uma ponderação pública. Ele ressaltou sua crença mais profunda no “poder da palavra” como um instrumento de resolução de disputas, em detrimento do “poder da arma”, que tende a agravar conflitos e gerar instabilidade. Esta distinção reflete a preferência brasileira por abordagens diplomáticas e pacíficas.
A via diplomática, para o Presidente brasileiro, deve ser o principal meio para a resolução de qualquer tipo de conflito. Lula enfatizou a importância de se acionar e utilizar os canais diplomáticos de forma ativa e persistente. “Vamos tentar utilizar a palavra como instrumento de convencimento, de persuasão, para a gente fazer as coisas certas. Vamos acreditar que a palavra, diplomaticamente, é a coisa mais forte para resolver os problemas”, defendeu, delineando sua visão de um engajamento internacional construtivo e dialogado.
Paralelamente às declarações do Presidente Lula, a situação na Venezuela continuava a escalar. Na quarta-feira, dia 10 de dezembro, o governo venezuelano, sob a liderança de Nicolás Maduro, pronunciou-se de forma enérgica sobre um incidente ocorrido no dia anterior. A Venezuela classificou a apreensão de um petroleiro de sua propriedade, que transportava aproximadamente 1,1 milhão de barris de petróleo, por militares dos Estados Unidos, como um “roubo descarado” e um “ato de pirataria” em águas internacionais. O evento intensificou a retórica entre os dois países.
A apreensão do navio mercante em águas internacionais, conforme noticiado, suscitou uma forte reação por parte de Caracas. O governo de Nicolás Maduro divulgou uma nota oficial detalhando sua interpretação do ocorrido. De acordo com o comunicado venezuelano, “a política de agressão contra nosso país responde a um plano deliberado de saque de nossas riquezas energéticas”. Essa declaração adicionou uma camada de acusação de motivações econômicas e estratégicas por trás das ações dos Estados Unidos, elevando o teor da disputa diplomática.
Os eventos subsequentes à apreensão do petroleiro venezuelano e as declarações do governo de Maduro formam o pano de fundo imediato para as críticas e a defesa da diplomacia por parte do Presidente Lula. A interligação entre a tensão Washington-Caracas, as preocupações de Brasília com a estabilidade regional e as negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos demonstram a complexidade das relações internacionais e a busca por um equilíbrio de poder e influência. A postura de Lula buscou, portanto, contrapor a lógica da força com a lógica do diálogo e da negociação como pilares para a resolução de crises.
FAQ: Crítica de Lula à Política Externa dos EUA
1. Qual foi a principal crítica do Presidente Lula à política externa dos Estados Unidos?
O Presidente Lula criticou a postura de “unilateralismo” do governo norte-americano, referindo-se a ela como a “lei do mais forte”, onde uma nação mais poderosa dita as ações de outras, especialmente no contexto de tensões com a Venezuela.
2. Como a questão das sobretaxas brasileiras se relaciona com as discussões entre Lula e Trump?
Lula e Trump conversaram por telefone inicialmente sobre negociações para a retirada das sobretaxas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Foi durante essa conversa que Lula manifestou sua contrariedade com a crise envolvendo a Venezuela.
3. Qual a posição do Brasil, expressa por Lula, em relação a conflitos na América Latina?
O Presidente Lula afirmou que o Brasil não deseja guerra na América Latina, descrevendo a região como uma “zona de paz”. Ele defendeu enfaticamente o uso das vias diplomáticas e o “poder da palavra” para resolver problemas, em oposição à força bélica.
Para aprofundar seu conhecimento sobre diplomacia e relações internacionais na América Latina, consulte análises especializadas e documentos oficiais que abordam a evolução das políticas externas na região.
Fonte: https://acordadf.com.br

















