Tratamento da Obesidade: OMS lança diretriz Inédita sobre Medicamentos

Tratamento da Obesidade: OMS Lança Diretriz Inédita sobre Medicamentos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma nova diretriz focada no tratamento da obesidade em adultos, marcando um ponto de virada na abordagem global dessa condição crônica. A diretriz recomenda o uso de terapias antiobesidade, como liraglutida, semaglutida e tirzepatida, como parte de um tratamento de longo prazo para a obesidade.

Diretriz Inédita da OMS e o Tratamento da Obesidade

A publicação, que foi divulgada no Journal of the American Medical Association (JAMA), representa um marco histórico no enfrentamento da obesidade. A OMS formaliza o papel desses medicamentos em estratégias de tratamento de longo prazo, indicando uma mudança significativa na maneira como governos, sistemas de saúde e a sociedade devem lidar com essa condição que afeta mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo.

A obesidade é reconhecida pela OMS como uma doença crônica e recidivante, estando associada a 3,7 milhões de mortes anualmente, o que corresponde a 12% de todos os óbitos relacionados a doenças crônicas não transmissíveis. Além disso, o impacto econômico da obesidade está crescendo rapidamente, com estimativas internacionais prevendo custos globais superiores a US$ 3 trilhões por ano até 2030. Em países com altas taxas de prevalência, até 18% do orçamento de saúde pode ser gasto em condições relacionadas ao excesso de peso.

Recomendações Centrais da Diretriz da OMS

A diretriz da OMS estabelece duas recomendações principais para o tratamento da obesidade:

Uso Prolongado de Antiobesidade: A OMS orienta o uso prolongado de medicamentos antiobesidade, definindo “longo prazo” como seis meses ou mais, em adultos que vivem com obesidade. A recomendação leva em consideração estudos recentes que mostram que, mesmo após nove meses de tratamento com semaglutida na dose de 2,4 mg por semana e tirzepatida na dose de 15 mg por semana, o reganho de peso é um desafio.

Combinação com Terapia Comportamental Intensiva: A OMS recomenda que esses medicamentos sejam sempre combinados com terapia comportamental intensiva, incluindo metas estruturadas de alimentação, atividade física e acompanhamento regular.

As duas recomendações são classificadas como condicionais e refletem tanto a eficácia comprovada das terapias baseadas em GLP-1 quanto os desafios globais relacionados a custo, acesso, equidade e capacidade operacional dos sistemas de saúde.

Inclusão de GLP-1 na Lista de Medicamentos Essenciais da OMS

Um ponto crucial da diretriz é a inclusão dos GLP-1 na Lista Modelo de Medicamentos Essenciais da OMS para adultos com obesidade e risco cardiometólico elevado. Essa decisão destaca a necessidade de aumentar a produção global, reduzir custos e criar mecanismos internacionais de acesso, visto que a capacidade produtiva atual das indústrias atenderia menos de 10% das pessoas que vivem com obesidade no mundo.

A OMS sugere algumas estratégias para melhorar o acesso a esses medicamentos:

Acordos de licenciamento.
Fabricação local.
Ampliação da concorrência.
Estratégias de precificação diferenciada.

Políticas Públicas e o Combate à Obesidade

Apesar da importância dos medicamentos, a diretriz enfatiza que eles não substituem intervenções estruturais. O enfrentamento da obesidade requer um ecossistema de políticas integrado que inclua prevenção, educação, ambientes alimentares mais saudáveis, regulação de ultraprocessados, infraestrutura urbana adequada e fortalecimento da atenção primária.

Alerta Implícito para o Brasil

A publicação da diretriz no JAMA serve como um alerta para o Brasil, que enfrenta prevalências crescentes de obesidade e sobrepeso em todas as faixas etárias. O país enfrenta impactos significativos no Sistema Único de Saúde (SUS) e na economia devido a essas condições.

Diante da nova diretriz, especialistas defendem a necessidade de uma política de Estado robusta e permanente para o enfrentamento da obesidade, que transcenda ciclos de governo, seja intersetorial e baseada em evidências. No entanto, essa política não deve se resumir apenas à disponibilização de medicamentos como Mounjaro ou Ozempic, mas abordar o problema de forma abrangente.

O Brasil possui expertise técnica, capacidade regulatória e um histórico de protagonismo em políticas de saúde pública, como as iniciativas de combate ao tabagismo e ao HIV. No entanto, ainda falta uma estratégia nacional consistente que acompanhe a nova realidade científica das doenças ligadas ao excesso de peso.

A diretriz da OMS é um chamado global e um lembrete urgente para o Brasil de que o momento de agir é agora. O país precisa decidir se estará na linha de frente desse movimento ou se continuará assistindo à distância a maior transformação do século no combate à obesidade.

Em resposta à diretriz da OMS, o Brasil precisa considerar ações coordenadas em várias frentes. Isso inclui campanhas de conscientização pública sobre os riscos da obesidade e a importância de hábitos saudáveis, programas de educação nutricional nas escolas e comunidades, regulamentação da publicidade de alimentos não saudáveis e incentivo à produção e ao consumo de alimentos frescos e minimamente processados. Além disso, é crucial fortalecer a atenção primária à saúde, garantindo que os profissionais de saúde estejam preparados para identificar, orientar e encaminhar pacientes com obesidade.

O governo brasileiro também pode explorar parcerias com o setor privado para desenvolver e implementar soluções inovadoras para o combate à obesidade. Isso pode incluir o desenvolvimento de aplicativos e plataformas online que ofereçam suporte personalizado para perda de peso, programas de incentivo para empresas que promovam a saúde e o bem-estar de seus funcionários, e investimentos em pesquisa e desenvolvimento de novas terapias e tecnologias para o tratamento da obesidade.

Para garantir que as políticas de combate à obesidade sejam eficazes e sustentáveis, é fundamental que elas sejam baseadas em evidências científicas sólidas e que sejam monitoradas e avaliadas regularmente. Isso requer o estabelecimento de um sistema de coleta e análise de dados que permita acompanhar a evolução da obesidade no país e identificar as áreas onde as políticas precisam ser aprimoradas.

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Quer saber mais sobre como a nova diretriz da OMS pode impactar o tratamento da obesidade no Brasil? Compartilhe este artigo com seus amigos e familiares e fique por dentro das últimas notícias e informações sobre saúde e bem-estar!

FAQ:

O que são terapias antiobesidade mencionadas na diretriz da OMS?

As terapias antiobesidade mencionadas na diretriz da OMS incluem medicamentos como liraglutida, semaglutida e tirzepatida, que ajudam a reduzir o apetite e promover a perda de peso em adultos com obesidade.

Por que a OMS recomenda o uso prolongado desses medicamentos?

A OMS recomenda o uso prolongado desses medicamentos porque a obesidade é uma doença crônica e recidivante, e o tratamento contínuo pode ajudar a manter a perda de peso a longo prazo.

Qual é a importância da terapia comportamental intensiva no tratamento da obesidade?

A terapia comportamental intensiva é fundamental para o tratamento da obesidade, pois ajuda os pacientes a adotar hábitos alimentares saudáveis, aumentar a atividade física e manter um estilo de vida equilibrado.

Fonte: https://saude.abril.com.br

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