O setor cafeeiro brasileiro vislumbra um novo horizonte após a suspensão da sobretaxa imposta pelos Estados Unidos. Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), descreveu a medida como um “presente de Natal antecipado” e enfatizou o desafio imediato de reaver o espaço perdido no competitivo mercado americano.
“Agora é correr para reconquistar espaços nos blends e reduzir os impactos econômicos”, declarou Matos, logo após retornar da COP30 em Belém. A notícia da suspensão da tarifa surge em um momento crucial para os exportadores brasileiros.
Os produtores de café do Brasil, que exportam cerca de US$ 2,5 bilhões para os Estados Unidos, começavam a observar uma diminuição na sua participação de mercado, com concorrentes como Colômbia, Vietnã e diversos países africanos ganhando terreno.
“Com o passar do tempo, corríamos o risco de um impacto irreversível”, alertou Matos, destacando a urgência de reverter esse cenário.
O grande entrave, segundo o executivo, residia no fato de que os compradores americanos, ao esgotarem seus estoques, já iniciavam negociações de contratos de longo prazo com outros fornecedores, ante a incerteza da retomada das condições de igualdade para o café brasileiro.
“Ainda temos tempo para evitar que isso ocorra. O que precisávamos era de condições isonômicas”, reforçou. Matos revelou que, desde agosto, as vendas para os Estados Unidos sofreram uma queda de 50%, evidenciando a necessidade premente de ações estratégicas para a recuperação do mercado.
O diretor do Cecafé expressou reconhecimento pela condução das negociações lideradas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. Adicionalmente, ressaltou o papel fundamental da National Coffee Association (NCA), que alertou o governo americano sobre o aumento dos preços internos decorrente da sobretaxa de 40% aplicada ao café brasileiro.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br


















