Bolsonaro Internado para cirurgia de Hérnia Inguinal

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi internado no Hospital DF Star, localizado em Brasília, na quarta-feira, dia 24. A internação visa a realização de um procedimento cirúrgico para correção de uma hérnia inguinal, além do tratamento de um quadro de soluços persistentes. A cirurgia está programada para a quinta-feira, dia 25. Segundo informações dos advogados do político, a permanência hospitalar é estimada em um período de cinco a sete dias.

A intervenção cirúrgica foi formalmente autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Esta autorização ocorreu após uma avaliação médica conduzida pela Polícia Federal (PF), que indicou a necessidade da cirurgia para evitar o agravamento da condição de saúde do paciente, sublinhando a importância da intervenção para seu bem-estar.

A Condição Médica: Entendendo a Hérnia Inguinal

Uma hérnia é caracterizada pela projeção de parte de um órgão ou tecido interno para fora de sua cavidade natural, através de uma abertura ou uma área enfraquecida na musculatura circundante. Esse fenômeno ocorre com mais frequência na parede abdominal, podendo envolver tecido adiposo ou até mesmo uma porção do intestino. No contexto da hérnia inguinal, a falha reside especificamente na aponeurose, um tecido fibroso que se estende pela camada de gordura do abdômen, abrangendo a região que vai do mamilo até a virilha.

Entre os diversos fatores que podem contribuir para o surgimento de uma hérnia inguinal, destacam-se o excesso de peso corporal, a prática de esforço físico repetitivo, condições de prisão de ventre crônica e a ocorrência de tosse persistente. A aponeurose funciona como uma estrutura de sustentação que mantém os órgãos em sua posição adequada. Quando este tecido se enfraquece, ele pode gradualmente ceder, criando um ponto de falha por onde estruturas internas podem protruir.

Este “vão” muscular resulta em um inchaço perceptível sob a pele, que se manifesta como um volume arredondado ou um “caroço”. Na hérnia inguinal, essa protuberância se localiza na região da virilha, uma área onde existe uma passagem fisiológica entre o abdômen e a pelve, conhecida como canal inguinal. Em grande parte dos casos, a parte do órgão que se desloca e forma a protuberância é uma seção do intestino.

Necessidade e Decisão Cirúrgica

A Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal (SBH) esclarece que nem todas as hérnias abdominais, categoria na qual a hérnia inguinal está incluída, exigem uma intervenção cirúrgica imediata. Pesquisas recentes indicam que, para pacientes cuidadosamente selecionados e que não apresentam sintomas dolorosos, o acompanhamento clínico pode ser uma alternativa segura e viável. Contudo, a SBH ressalta que a cirurgia permanece como o único tratamento capaz de oferecer uma resolução definitiva para o problema da hérnia.

Quando o paciente relata desconforto ou dor associada à hérnia, a recomendação médica geralmente é proceder com a cirurgia o mais rápido possível. Nos cenários onde não há manifestação de sintomas, a decisão de operar pode ser tomada com maior cautela, considerando fatores como o tipo específico da hérnia e o estado de saúde geral do paciente. É importante notar que o surgimento da hérnia não é, por si só, um indicativo de doença grave e não costuma representar um risco de vida imediato.

Ainda assim, a maioria das hérnias tende a desenvolver sintomas com o passar do tempo. Sem o devido tratamento, existe o risco de complicações sérias. Por exemplo, a porção do intestino, ou de outro órgão que tenha formado a protuberância, pode ficar presa, levando à necrose do tecido afetado ou causando uma obstrução no órgão, o que justifica a avaliação médica e a intervenção em casos como o do ex-presidente, visando evitar o agravamento.

O Procedimento Cirúrgico de Correção

A cirurgia para correção de hérnia é considerada um procedimento relativamente comum e seguro. Inclusive, é reconhecida como a intervenção cirúrgica abdominal mais frequente globalmente. Nos Estados Unidos, por exemplo, são realizadas, em média, cerca de 700 mil operações anualmente para tratar essa condição. O objetivo principal do procedimento é reposicionar o órgão ou tecido que se deslocou de volta para sua localização original e, em seguida, fechar o defeito ou a abertura na parede muscular que permitiu a protrusão.

Desde o final da década de 1980, a técnica padrão para corrigir a hérnia inguinal envolve a inserção de uma tela cirúrgica, que tem a função de cobrir e reforçar a área enfraquecida. No caso da cirurgia por vídeo, também conhecida como laparoscopia, o cirurgião realiza três pequenas incisões na região abdominal. Em duas delas, são introduzidas pinças especiais, que são utilizadas para manipular e reposicionar o órgão de volta ao seu lugar. Na terceira incisão, é inserida uma câmera, que permite ao médico visualizar a região interna do abdômen em um monitor, com grande precisão.

Com o auxílio da câmera, o cirurgião consegue visualizar detalhadamente a área afetada e reposiciona os órgãos para dentro do anel herniário. Posteriormente, as pinças são empregadas para aproximar os lados do orifício causado pela hérnia. Através do mesmo equipamento que transporta a câmera, uma tela cirúrgica é então inserida para assegurar a contenção do tecido e fortalecer a parede muscular. Essa tela, que é enrolada de forma semelhante a um tapete e depois desenrolada pelas pinças, é acomodada para tampar o orifício de maneira eficaz. Geralmente confeccionada em polipropileno, um material sintético, a tela não é totalmente absorvida pelo corpo, mas se integra de forma permanente ao local, oferecendo um reforço duradouro. Após o procedimento, apenas três pequenas cicatrizes permanecem como vestígios da intervenção.

Tipos de Técnicas Cirúrgicas para Hérnia Inguinal

A cirurgia para correção de hérnia inguinal pode ser realizada por meio de duas abordagens principais. Uma delas é a já mencionada cirurgia laparoscópica, e a outra é a cirurgia aberta, que ainda se mantém como a técnica mais comum em diversos contextos. A abordagem laparoscópica, conforme descrito, é executada através de pequenas incisões. Nesta técnica, um gás é insuflado no abdômen para criar um espaço de trabalho adequado, facilitando a manipulação de instrumentos delicados para realizar suturas e/ou a colocação da tela de reforço.

As vantagens da cirurgia laparoscópica incluem uma menor intensidade de dor no pós-operatório, um tempo de recuperação geralmente mais curto e um retorno mais rápido às atividades cotidianas do paciente. No entanto, esta técnica apresenta algumas desvantagens, como a necessidade de anestesia geral, um custo financeiro mais elevado e o fato de ser um procedimento de maior complexidade técnica para o cirurgião. Por outro lado, a cirurgia aberta oferece vantagens como um custo reduzido e a possibilidade de ser realizada sob anestesia local, o que pode ser benéfico para alguns perfis de pacientes.

Em contrapartida, a cirurgia aberta tende a resultar em mais dor durante o período pós-operatório e exige um tempo de recuperação mais prolongado. Independentemente da técnica, a escolha do método cirúrgico mais adequado deve ser feita em conjunto com a equipe médica, levando em consideração diversos fatores, incluindo o tipo específico de hérnia que o paciente apresenta e seu perfil clínico individual, garantindo assim a melhor abordagem para cada caso.

Perguntas Frequentes (FAQ) sobre Hérnia Inguinal

O que é uma hérnia inguinal?

Uma hérnia inguinal é uma condição na qual parte de um órgão interno, como o intestino ou tecido adiposo, protrui através de uma área enfraquecida na parede muscular da região da virilha, especificamente na aponeurose que cobre o abdômen.

Quais são os sintomas mais comuns da hérnia inguinal?

O sintoma mais comum da hérnia inguinal é a presença de um inchaço visível e palpável, semelhante a um “caroço” na região da virilha. Este volume pode vir acompanhado de desconforto ou dor, especialmente ao fazer esforço, tossir ou levantar objetos pesados.

A cirurgia de hérnia inguinal é sempre necessária?

Não, a cirurgia de hérnia inguinal nem sempre é necessária de imediato. Em casos selecionados, onde não há dor e o paciente é monitorado, o acompanhamento clínico pode ser uma opção. Contudo, a cirurgia é o único tratamento definitivo e é recomendada quando há dor ou risco de complicações como necrose ou obstrução.

Para aprofundar o conhecimento sobre a saúde preventiva e os cuidados necessários para evitar condições como a hérnia inguinal, recomenda-se a consulta a profissionais médicos.

Fonte: https://saude.abril.com.br

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