Uma ordem executiva recente isentou a celulose importada pelos Estados Unidos da tarifa de 10%, beneficiando diretamente as empresas brasileiras exportadoras do produto. A medida consta em um documento publicado na última sexta-feira, que trata da alteração de taxas recíprocas.
A isenção abrange três descrições tarifárias de celulose, correspondendo a 90% do volume total exportado pelo Brasil para os EUA, segundo a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), associação representativa do setor. Essas descrições já eram isentas de uma taxa de 40% anteriormente aplicada a outros itens. A nova ordem restaura a isenção total que existia antes do período de tensões comerciais.
Entretanto, a ordem executiva mantém as tarifas adicionais sobre papéis em geral e painéis de madeira, como MDF e MDP, amplamente utilizados na indústria moveleira. Estes produtos continuam sujeitos à tarifa de 50% (40% acrescidos de um adicional de 10%).
A decisão surge em um momento de queda nas vendas de celulose para os EUA, conforme dados do comércio exterior compilados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham).
Em agosto deste ano, o valor financeiro das exportações de celulose totalizou US$ 94,6 milhões, representando uma redução de 22,7% em comparação com os US$ 122,4 milhões registrados em agosto de 2024. No acumulado de janeiro a agosto, a queda nas exportações de celulose para os EUA atingiu 15,7%, passando de US$ 1,1 bilhão para US$ 933,4 milhões, de acordo com o Monitor do Comércio entre o Brasil e os Estados Unidos da Amcham.
Apesar da diminuição das exportações para os EUA, as vendas de celulose em nível global apresentaram um aumento, com destaque para a China (17,5%), Coreia do Sul (18,1%) e Alemanha (8,4%). A queda nas exportações de celulose para os EUA coincide com uma retração geral de 18,5% nas exportações brasileiras para o país, enquanto as vendas para China e Hong Kong aumentaram.
Fonte: forbes.com.br
