A sede do antigo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), localizada no centro do Rio de Janeiro, está prestes a ser oficialmente tombada como patrimônio histórico e artístico nacional. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) se reunirá para deliberar sobre o tombamento definitivo do edifício, um marco fundamental na história da repressão durante a ditadura militar brasileira. A decisão representa um passo crucial para a preservação da memória do período ditatorial e a promoção dos direitos humanos no Brasil. O tombamento visa garantir a proteção e valorização desse espaço, transformando-o em um local de reflexão, aprendizado e justiça para as futuras gerações, com o objetivo de nunca mais repetir os horrores do passado.
Tombamento da Sede do DOPS: Um Marco na Preservação da Memória
O pedido de tombamento da antiga sede do DOPS se justifica pelo seu inestimável valor histórico e artístico. A proposta em análise busca inscrever o prédio nos Livros do Tombo Histórico e das Belas Artes do Iphan, integrando-o formalmente ao conjunto de bens protegidos pela instituição. A iniciativa do Iphan reforça o compromisso do órgão em preservar lugares de memória, ação considerada indispensável para o fortalecimento da democracia brasileira.
A História do Edifício: Da Central de Polícia ao Centro de Repressão
Inaugurado em 1910, o edifício foi originalmente construído para abrigar a Repartição Central de Polícia. Ao longo de sua história, serviu como sede de diversas polícias políticas, todas encarregadas de reprimir movimentos e expressões sociais consideradas ameaças à ordem pública. Entre 1962 e 1975, o local abrigou o DOPS-RJ, que se tornou um instrumento de repressão durante a ditadura militar, sendo utilizado para prender e torturar presos políticos.
O DOPS e a Repressão Durante a Ditadura Militar
O DOPS desempenhou um papel central na repressão, vigilância e tortura de opositores ao regime militar brasileiro (1964-1985). O órgão era responsável por monitorar, investigar e reprimir movimentos sociais, sindicais, estudantis, artistas e qualquer cidadão considerado uma ameaça à ordem pública ou ao regime.
Marcas da Repressão: Celas e Salas de Interrogatório
As celas e salas de interrogatório da antiga sede do DOPS ainda preservam marcas e inscrições de presos políticos, testemunhos silenciosos da violência e da brutalidade do período ditatorial. Algumas dessas salas, inclusive, possuíam revestimento acústico, projetado para abafar os gritos de tortura.
Alvos da Repressão: Além dos Militantes Políticos
A repressão do DOPS não se limitou aos militantes políticos. Atingiu diversas camadas da sociedade, incluindo mulheres, negros e praticantes de religiões de matriz africana, cujos objetos de culto foram apreendidos e destruídos.
Transformação em Centro de Memória e Direitos Humanos
Atualmente, existe uma campanha, com o apoio do Ministério Público Federal (MPF) e de movimentos de direitos humanos, para transformar o antigo prédio do DOPS em um Centro de Memória e Direitos Humanos. A iniciativa busca transformar o local em um espaço de educação, justiça e luta contra o autoritarismo, garantindo que os horrores da ditadura não sejam esquecidos ou repetidos.
Conclusão
O tombamento da sede do antigo DOPS no Rio de Janeiro representa um passo fundamental para a preservação da memória da ditadura militar no Brasil. A iniciativa do Iphan, juntamente com o apoio de diversos setores da sociedade, visa transformar o local em um espaço de reflexão, aprendizado e promoção dos direitos humanos, garantindo que as atrocidades do passado não sejam esquecidas ou repetidas. Ao preservar esse importante sítio histórico, o Brasil reafirma seu compromisso com a democracia e com a justiça para as vítimas da repressão.
FAQ
1. Qual o objetivo do tombamento da sede do antigo DOPS?
O objetivo é preservar a memória do período da ditadura militar, garantindo que o local seja transformado em um espaço de reflexão, aprendizado e promoção dos direitos humanos.
2. Quem está envolvido na campanha para transformar o prédio em um Centro de Memória?
A campanha conta com o apoio do Ministério Público Federal (MPF) e de movimentos de direitos humanos.
3. Por que o tombamento é importante para a democracia brasileira?
O tombamento é importante porque reafirma o compromisso do Brasil com a democracia e com a justiça para as vítimas da repressão, garantindo que os horrores do passado não sejam esquecidos ou repetidos.
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