O Ministério da Saúde iniciou uma consulta pública para avaliar a inclusão da vacina contra herpes zóster no Programa Nacional de Imunização (PNI). A proposta em discussão prioriza idosos a partir de 80 anos e pessoas imunocomprometidas com idade igual ou superior a 18 anos.
A consulta pública, identificada como nº 78, estará acessível para contribuições até o dia 6 de outubro através da plataforma Participa + Brasil. Atualmente, a iniciativa já conta com 75 participações. A população em geral está convidada a enviar suas opiniões e sugestões sobre o tema, auxiliando na decisão sobre a incorporação da vacina.
Os interessados em participar devem preencher um formulário eletrônico disponível na plataforma. É possível anexar até dois arquivos com sugestões adicionais ou documentos relevantes. O envio de informações pessoais sensíveis ou materiais protegidos por direitos autorais sem a devida permissão não é permitido.
As contribuições coletadas serão analisadas por uma comissão técnica, responsável por tomar a decisão final sobre a incorporação da vacina. Os relatórios técnicos que fundamentam a recomendação preliminar da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) para o Sistema Único de Saúde (SUS) estão disponíveis para consulta. A análise e a deliberação do colegiado também podem ser acompanhadas em um relatório divulgado pelo Ministério da Saúde.
O herpes-zóster, popularmente conhecido como cobreiro, é uma condição causada pela reativação do vírus da catapora (varicela-zóster), afetando principalmente idosos e indivíduos com sistema imunológico enfraquecido. A doença se manifesta através de dor intensa, febre, erupções cutâneas e bolhas, podendo levar a complicações como a neuralgia pós-herpética (NPH), uma dor crônica persistente mesmo após a cura das lesões.
Entre 2008 e 2024, o SUS registrou mais de 85 mil atendimentos ambulatoriais e 30 mil internações decorrentes do herpes-zóster em todo o país. No período de 2007 a 2023, foram notificadas 1.567 mortes associadas à doença, a maioria em pessoas com 50 anos ou mais. O tratamento oferecido pelo sistema público de saúde consiste em medicamentos para aliviar os sintomas e, em casos mais graves, antivirais como o aciclovir. Para a NPH, são disponibilizados fármacos como amitriptilina, carbamazepina e lidocaína em gel.
A vacina em questão contém uma proteína do vírus varicela-zóster combinada a um adjuvante, com administração intramuscular em duas doses, com intervalo de dois meses entre elas. Estudos demonstram eficácia superior a 80% na prevenção da doença e da NPH, com eventos adversos geralmente leves a moderados, como dor no local da aplicação, cansaço, dor muscular, dor de cabeça e febre.
Apesar da segurança e eficácia comprovadas, o alto custo da vacina é o principal obstáculo. O investimento estimado é de R$ 5,2 bilhões em cinco anos. A Conitec concluiu que a vacina não oferece um benefício suficientemente significativo para justificar seu custo para o SUS.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br