O governo brasileiro contratou o escritório de advocacia Arnold & Porter, um dos maiores do mundo, por US$ 3,5 milhões (equivalente a R$ 18,5 milhões). O objetivo é contestar judicialmente as tarifas impostas pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
De acordo com documentos registrados sob a Lei de Registro de Agentes Estrangeiros, o contrato com o escritório, especializado em finanças soberanas, foi firmado antes da implementação das sanções. O prazo previsto para o trabalho é de 48 meses.
A equipe designada para o caso inclui Eli Whitney Debevoise II, sócio de finanças internacionais e ex-diretor executivo do Banco Mundial nos Estados Unidos, e Gregory Harrington, chefe da área de finanças soberanas da empresa.
Os documentos da Arnold & Porter indicam que o escritório representará o Brasil em questões relacionadas a “sanções administrativas e medidas similares aplicadas pelo governo dos EUA”.
Em julho, o governo Trump impôs tarifas de 50% sobre diversos produtos brasileiros, citando o que considerou uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, setores como aeronaves, energia e suco de laranja foram excluídos das tarifas mais elevadas.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia mencionado a possibilidade de o país recorrer à Justiça dos EUA para contestar as tarifas.
A representação da Arnold & Porter ao governo brasileiro e ao seu banco central remonta a 1981, conforme registros. A empresa também representou outros clientes estrangeiros, como Israel, Romênia, Honduras e Coreia do Sul.
Nos últimos meses, o Arnold & Porter tem se envolvido em ações judiciais em nome de clientes que contestam restrições à imigração e outras medidas do governo Trump, incluindo a proposta de acabar com a cidadania por nascimento nos EUA.
Fonte: forbes.com.br