O setor farmacêutico no Brasil se prepara para um novo reajuste nos preços dos medicamentos, que pode chegar a 5,06% em 2025, segundo projeções do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma). O reajuste será definido oficialmente pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão responsável por estabelecer o teto de aumento para todo o setor.
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ToggleComo funciona o reajuste de preços de medicamentos?
Diferentemente de outros setores, onde os preços podem variar livremente, os medicamentos no Brasil têm seus valores regulados pela CMED. O reajuste anual considera critérios como:
- Índice de Inflação (IPCA);
- Variação dos custos de produção;
- Taxa de câmbio;
- Concorrência dentro do mercado farmacêutico.
Após a publicação da nova tabela no Diário Oficial da União (DOU), as farmácias e indústrias farmacêuticas poderão aplicar o reajuste, mas sem ultrapassar o percentual estabelecido.
O impacto para os consumidores
Apesar do teto de 5,06%, a expectativa do Sindusfarma é que o aumento médio fique em cerca de 3,48%, podendo ser o menor reajuste desde 2018. Esse percentual menor ocorre devido à concorrência entre farmácias, além da estratégia comercial das redes, que podem segurar os preços para manter competitividade no mercado.
O presidente do Sindusfarma, Nelson Mussolini, destaca que o impacto do reajuste pode não ser imediato para os consumidores:
“Dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos estabelecimentos, aumentos de preço podem demorar meses ou nem acontecer.”
Por isso, a recomendação é que os consumidores pesquisem preços e aproveitem promoções antes que o impacto total do reajuste se reflita nas prateleiras.
Fiscalização e denúncias de preços abusivos
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforça que o controle de preços tem como objetivo evitar aumentos abusivos e garantir o acesso da população aos medicamentos essenciais. O descumprimento do teto de reajuste pode levar a penalizações para as farmácias e indústrias que aplicarem aumentos acima do permitido.
Consumidores que identificarem preços acima do estabelecido podem denunciar através do portal da Anvisa, preenchendo um formulário digital.
Impacto na indústria farmacêutica
Enquanto para os consumidores o reajuste pode ser moderado, para a indústria farmacêutica, o cenário é desafiador. Com o menor aumento médio dos últimos sete anos, o setor alerta para possíveis impactos na capacidade de investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D), bem como na modernização das fábricas.
“Será o menor reajuste médio dos últimos anos, o que pode impactar negativamente os contínuos e fundamentais investimentos da indústria farmacêutica instalada no país”, afirma Nelson Mussolini.
O setor farmacêutico é altamente dependente de insumos importados, cujos preços variam conforme a cotação do dólar. A pressão nos custos pode comprometer a viabilidade de novos projetos, impactando desde a inovação até a produção de medicamentos genéricos acessíveis para a população.
Dicas para economizar na compra de medicamentos
Diante do reajuste, algumas estratégias podem ajudar os consumidores a economizar:
- Pesquisar preços: Utilize aplicativos e sites de comparação para encontrar os melhores valores.
- Aproveitar programas de descontos: Muitas farmácias oferecem cartões de fidelidade e descontos em medicamentos de uso contínuo.
- Consultar genéricos e similares: Muitas vezes, versões genéricas do medicamento possuem o mesmo efeito e custam menos.
- Comprar em farmácias populares: Algumas redes participam do programa “Farmácia Popular”, que oferece descontos em diversos medicamentos.
- Verificar embalagens econômicas: Algumas versões de medicamentos possuem embalagens com maior quantidade de comprimidos, reduzindo o custo por unidade.
Conclusão
O reajuste nos preços dos medicamentos para 2025 seguirá os critérios definidos pela CMED, mas o impacto final dependerá da política de preços de cada farmácia e laboratório. Com aumentos abaixo do teto previsto, consumidores podem se beneficiar da concorrência no setor e adotar estratégias para reduzir gastos com remédios essenciais.
Enquanto isso, a indústria farmacêutica alerta para os desafios econômicos impostos pelo reajuste moderado, ressaltando a importância de políticas que equilibrem a acessibilidade dos medicamentos com a sustentabilidade do setor.
A recomendação final para os consumidores é simples: pesquise, compare e aproveite os programas de descontos para garantir o melhor preço possível.