O Ministério das Relações Exteriores expressou, em nota oficial divulgada nesta terça-feira (9), sua veemente condenação à ameaça dos Estados Unidos de impor sanções econômicas ou usar a força contra o Brasil. A declaração surge em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus, acusados de envolvimento em uma trama golpista.
O Itamaraty enfatizou que o governo brasileiro rejeita qualquer tipo de interferência externa na soberania nacional. “O primeiro passo para proteger a liberdade de expressão é justamente defender a democracia e respeitar a vontade popular expressa nas urnas,” diz o comunicado, reiterando o compromisso dos três poderes da República em resistir a qualquer tentativa de atentado à soberania brasileira. O governo classificou como inaceitável a instrumentalização de governos estrangeiros por forças antidemocráticas com o objetivo de coagir as instituições nacionais.
A reação do governo brasileiro se intensificou após declarações da secretária de imprensa da Casa Branca, que afirmou que a liberdade de expressão é uma prioridade máxima para o governo norte-americano, citando o julgamento de Jair Bolsonaro. Segundo a porta-voz, o presidente dos EUA não hesitará em usar o poderio econômico e militar para proteger a liberdade de expressão em todo o mundo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou sobre o caso, criticando aqueles que tentam denegrir a imagem do Brasil no exterior. Já a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffman, expressou indignação com a “conspiração da família Bolsonaro contra o Brasil”, referindo-se a uma suposta articulação liderada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro para que os EUA sancionassem o país.
O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou o julgamento de Jair Bolsonaro e dos demais réus. Até o momento, dois ministros votaram pela condenação dos acusados. A sessão foi suspensa e será retomada para a conclusão da votação.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
