Poucas datas geram tanta comoção e engajamento como o Dia das Mães. Trata-se de uma ocasião em que o amor, o reconhecimento e o carinho ganham destaque. Mas você já se perguntou de onde veio essa celebração? Quais foram as primeiras homenagens às mães? Como o mundo adotou essa data e quais histórias inspiradoras estão por trás dela?
Ao longo deste artigo, você vai descobrir tudo isso e muito mais. Prepare-se para uma viagem pela história da humanidade, pelas tradições culturais e pelas emoções que moldaram o que hoje conhecemos como Dia das Mães.
1. As Primeiras Celebrações da Maternidade na História
As Origens Pagãs
A celebração da maternidade é anterior ao cristianismo e à própria escrita. Diversas culturas antigas, como a egípcia, grega e romana, prestavam cultos às deusas-mães, associadas à fertilidade, proteção e abundância.
Egito Antigo: A deusa Ísis, mãe de Hórus, simbolizava o ideal de maternidade.
Grécia Antiga: Festivais eram organizados em homenagem à deusa Reia, mãe de Zeus, Hades e Poseidon.
Roma Antiga: Cibele, considerada a Grande Mãe, recebia oferendas em festividades durante a primavera.
2. A Influência Cristã e o Mothering Sunday
Durante a Idade Média, a Igreja Cristã reinterpretou as festividades pagãs. Nasceu então o “Mothering Sunday”, celebrado no quarto domingo da Quaresma, em países como Inglaterra e Irlanda.
Nessa data, os fiéis voltavam à igreja onde foram batizados – a “mãe-igreja” – e aproveitavam para visitar suas mães. Era um momento especial de reunião familiar e oração.
Curiosidade: O termo “mothering cake” se referia ao bolo que os filhos levavam para casa nesse dia.
3. Anna Jarvis e a Criação Oficial do Dia das Mães

A norte-americana Anna Jarvis é considerada a fundadora do Dia das Mães moderno. Após a morte de sua mãe, Ann Reeves Jarvis, em 1905, Anna iniciou uma campanha para instituir um dia nacional de reconhecimento às mães.
Sua mãe havia sido ativista durante a Guerra Civil Americana, organizando “clubes de trabalho das mães” para cuidar de soldados feridos e promover a saúde pública.
Anna acreditava que as mães mereciam mais do que presentes: mereciam reconhecimento público pelo seu papel social.
A Conquista
Em 1914, o presidente Woodrow Wilson assinou a proclamação que tornava o segundo domingo de maio o Dia das Mães nos Estados Unidos. A data rapidamente se espalhou para outros países.
4. A Reação de Anna Jarvis à Comercialização
O que poucos sabem é que a própria Anna Jarvis se revoltou com a forma como a data foi comercializada. Ela queria um dia de reflexão e gratidão, não uma festa de consumo.
Em protesto, Anna chegou a processar empresas e organizar boicotes. Infelizmente, sua luta foi em vão. A data se tornou uma das mais lucrativas do comércio mundial, atrás apenas do Natal.
5. A Chegada do Dia das Mães no Brasil
A Influência da Igreja e do Estado
No Brasil, o Dia das Mães foi promovido inicialmente por influências religiosas. A primeira celebração documentada aconteceu em 1918, em Porto Alegre. Porém, a oficialização só veio em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas, como forma de fortalecer a imagem da família tradicional.
Nos anos 1940, a Igreja Católica intensificou a celebração, associando a maternidade à figura da Virgem Maria. Desde então, a data ganhou força entre os brasileiros.
6. Como o Dia das Mães é Comemorado no Mundo
Variações Culturais
Embora o segundo domingo de maio seja padrão em muitos países, nem todos seguem essa tradição:
Tailândia: Celebrado em 12 de agosto, no aniversário da rainha Sirikit.
Etiópia: A celebração acontece após a estação das chuvas, em um festival chamado Antrosht.
México: O Dia das Mães é sempre comemorado em 10 de maio, independentemente do dia da semana.
Cada cultura imprime suas próprias tradições. Algumas valorizam presentes, outras priorizam rituais familiares ou religiosos.
7. O Impacto Social e Econômico do Dia das Mães
O Dia das Mães movimenta bilhões em vendas todos os anos. Setores como:
Eletrodomésticos
Cosméticos
Moda
Restaurantes
Floriculturas
…registram aumentos significativos nessa época.
8. O Futuro do Dia das Mães
Mais Reconhecimento e Menos Comercialização
O futuro do Dia das Mães deve focar na valorização humana, não apenas no consumo. Campanhas sociais, leis de apoio à maternidade e espaços de escuta para mães devem crescer.
Além disso, o reconhecimento do papel das mães precisa ser diário e não restrito a uma data.
O Verdadeiro Significado do Dia das Mães
Ao explorarmos a história do Dia das Mães, percebemos que essa celebração vai muito além de uma data comercial. Ela carrega séculos de simbolismo, lutas e homenagens que atravessam diferentes culturas e religiões. Da adoração às deusas-mães da Antiguidade às campanhas de reconhecimento promovidas por mulheres como Anna Jarvis, a essência do Dia das Mães sempre esteve ancorada em algo profundamente humano: o reconhecimento do amor incondicional, da dedicação silenciosa e da força que impulsiona vidas inteiras.
Em um mundo cada vez mais acelerado, onde os vínculos pessoais frequentemente se perdem na correria do dia a dia, o Dia das Mães se torna uma pausa essencial para refletirmos sobre quem somos – e sobre quem nos ajudou a chegar até aqui. É também um convite para ampliarmos nossa compreensão sobre a maternidade. Hoje, ser mãe não se limita a um modelo tradicional. Mães são diversas, resilientes e plurais. Elas estão nas casas, nas ruas, nas empresas, nos laboratórios e nas trincheiras da vida, transformando o mundo com suas ações cotidianas.
Além do abraço, do café na cama ou do presente embrulhado com carinho, precisamos reconhecer o papel social e político das mães. Elas sustentam famílias, constroem comunidades e, muitas vezes, carregam o peso de um sistema que ainda não as valoriza como deveria. Celebrar o Dia das Mães é, portanto, muito mais do que uma tradição — é um ato de justiça, de memória e de amor.
Que essa data nos inspire a cultivar relações mais afetuosas, sociedades mais empáticas e políticas públicas mais inclusivas. E que, todos os dias, saibamos valorizar não apenas a figura da mãe, mas também a pessoa por trás desse título – com suas histórias, conquistas, sonhos e lutas.
Porque no fim, como já dizia a própria Anna Jarvis:
“A mãe é a pessoa que fez por você mais do que qualquer outro no mundo.”
E isso, por si só, já é motivo para celebração eterna.